Hemerson Pinto
“É o tipo de carne mais procurado pelo imperatrizense, mas nesse período, logo no começo da semana, a gente nota que a venda começa a cair, e ela vai dando espaço a outras carnes, como a de frango, e principalmente o peixe”, diz o açougueiro Manoel Messias, vinte anos de experiência na área.
De acordo com o vendedor de carnes, pouco antes da Semana Santa os açougueiros já começam a investir em outros tipos de carnes. “Eu, como não vendo peixe, que é a carne mais vendida nesse período, invisto no frango. Uma carne boa, bem vendida em todos os períodos do ano, e não deixa de ser consumida na Semana Santa”, afirma.
Em seu pequeno açougue, Manoel consegue vender em média 60kg de frango por semana. No último pedido feito ao distribuidor, apostou nas vendas e pediu quase 50kg a mais. “Com a carne vermelha, nessa época a gente faz o contrário. Costumo vender até quatro bandas de boi por semana, dá mais ou menos 2.000 quilos. Na Semana Santa não: a venda de carne de gado fica em média uns 700kg, é pouco mais de uma banda de boi”, revela.
Antônio José é outro açougueiro que reforça a fala do colega de profissão. “Essa redução é comum todo ano na Semana Santa. A maioria das pessoas não come carne de gado, principalmente na quarta-feira maior, quinta-feira santa e sexta-feira santa. Sem falar que, durante a quaresma, pela tradição católica, muita gente não come carne vermelha às sextas-feiras. Caem as vendas, tanto em açougues menores quanto em maiores e até supermercados”, diz.
O açougueiro diz que, há oito semanas santas, repete a estratégia de, a partir das terças-feiras, manter uma caixa de isopor com peixes. “Já começa a sair bem e quando é na quinta-feira a gente aumenta a quantidade em até seis vezes, e pode arranjar um jeito para atender aos clientes”.
A dona de casa Joana da Costa é uma consumidora de carne bovina que nessa época do ano abandona o hábito para manter uma tradição que aprendeu com os bisavós. “No começo dessa semana ninguém comia carne de gado mais. Era só galinha, e olhe lá, geralmente era peixe mesmo, com uma torta. Lá em casa fui criada e criei meus filhos assim. Desde sexta-feira passada ninguém come carne vermelha”.
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