Cida Marconcine

A XV Semana Municipal da Consciência Negra (de 16 a 20 de novembro) aconteceu com palestras, apresentações culturais, exposições, entre outras atividades. Este evento, que é promovido pela Coordenação de Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI)/Unidade Regional de Educação de Imperatriz (UREI), em parceria com o Centro de Cultura Negra Negro Cosme (CCNNC), com apoio da Prefeitura Municipal de Imperatriz (SEMED/SEAAP), Grupo Kizomba e Unisulma, tem como objetivos valorizar o protagonismo da juventude negra na superação das desigualdades raciais, refletir sobre os índices de vulnerabilidade juvenil à violência e desigualdades raciais, e propiciar espaços para estudantes de escolas públicas socializarem suas pesquisas e produções de conhecimentos a cerca dos conteúdos referentes à Lei 10.639/03 (História e Cultura Afro-Brasileira e Africana).
Na segunda (16), às 9h, no CE Governador Archer (Centro), aconteceu a palestra “Protagonismo da Juventude Negra pela Superação das Desigualdades Raciais”, com Raylson Lima, jornalista e membro do Centro de Cultura Negra Negro Cosme. Na terça (17), foi a vez da palestra Juventude Negra: Mortalidade e Políticas Públicas, no CE Tancredo de Almeida Neves (Vila Redenção), com os acadêmicos do curso de Serviço Social da Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão (Unisulma) e também com as integrantes da CEIRI. Na quarta (18), às 9h, foi realizada a palestra “Protagonismo da Juventude Negra pela Superação das Desigualdades Raciais”, com a professora Maria Natividade Rodrigues (socióloga/mestra em Ciências Sociais/pesquisadora das temáticas: Relações de gênero/étnico-racial e Violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres), na Unisulma. Após isso, aconteceu um desfile da beleza negra, com alunas do CE Henrique de La Rocque (João Lisboa). E às 19h, também na Unisulma, a palestra “Vulnerabilidade Juvenil à Violência: Ênfase à Juventude Negra, com o dr. Delvan Tavares (juiz da Vara da Infância e Juventude de Imperatriz/diretor do Fórum de Imperatriz). “O dr. Delvan abordou a temática com muita propriedade, pelas experiências adquiridas na magistratura. E nos fez refletir qual o futuro de um país que não cuida de suas crianças, adolescentes e jovens?”, disse a professora Doralice Mota, integrante da CEIRI/UREI. Além da palestra, o público foi premiado com apresentações de rodada de Capoeira e Maculelê. Na quinta (19), aconteceu às 9h, no CE Nascimento de Moraes, a palestra “Juventude Negra: exclusão social, genocídio e políticas públicas”, tendo como palestrantes os/as acadêmicos/as  da Unisulma. Além da palestra, aconteceu um desfile com destaque para a beleza negra, com alunas da própria escola e apresentação de dança Ziriguidum.
Muitas outras propostas aconteceram nas escolas estaduais que compõem a UREI, marcando com muita festividade e reflexão a Semana da Consciência Negra. Como a atividade realizada no CE Edison Lobão, uma palestra sobre o cinema negro, com orientações para o projeto Curta Imagem Negra, além de exibição de vídeos sobre a temática. O momento de reflexão sobre as questões étnico-raciais, com a linguagem cinematográfica esteve a cargo da professora Eró Cunha (Língua Portuguesa), que também é integrante da CEIRI/UREI. 
A coordenadora pedagógica da UREI, professora Ivetilde Nascimento Delgado, destaca a importância desta data como momento de reflexão: “Compreendo que este dia deve servir para aprofundar e/ou construir a compreensão do significado e importância que têm os negros e negras na História do nosso país. Significa também sentir-se responsável pela reconstrução da valorização do povo negro, e, sobretudo juntar-se ao combate contra o preconceito que ainda existente”, ressaltou a coordenadora pedagógica.
A equipe do CE Dorgival Pinheiro de Sousa preparou um importante momento de reflexão e valorização da cultura afro-brasileira, no sábado (21), durante todo o dia, com o projeto “Ser Humano, Direitos Humanos e Igualdade”. “O objetivo do projeto é valorizar a cultura negra e seus afro-descendentes, tanto na escola quando na sociedade”, explica a gestora escolar Jeassimonne Paulino Carvalho Rocha. O projeto foi recheado de atividades, como danças, fantoches, coral, capoeira, desfiles, exposição de objetos artesanais, culinária e adornos africanos, entre outras atividades. Teve como destaque durante a programação, a palestra sobre a Importância da data 20 de novembro, com Gisêuda Costa (CEIRI/UREI), apresentação de Jeremy e sua equipe (alunos da escola que ganharam o 1º lugar Música Afro 2015 e a aluna Fernanda Brena, que ficou em 3º lugar no concurso de Desenhos Afro 2015.
Outras escolas da rede pública estadual, vinculadas à UREI, também promoveram desfile da beleza negra, poesia, dança, paródias sobre Negro Cosme, gastronomia, produtos para cabelo e outros, como no caso do CE Henrique de La Rocque, em João Lisboa. Já no CE Mourão Rangel, aconteceu uma gincana cultural como valorização das culturas Afro-brasileira e Indígena, com abertura na sexta (20), à noite, e atividades durante todo o sábado letivo (21), nos 3 turnos. No CE Caminho do Futuro aconteceu uma palestra sobre a diversidade cultural com os professores da área de Ciências Humanas. O projeto Consciência Negra também aconteceu em outras escolas, como CE Francisco Alves II (Davinópolis), CE Estado de Goiás, CE Frei Gil (Estreito), entre outras, com momentos de valorização da cultura afro-brasileira e africana.
E na sexta (20), Dia da Consciência Negra, foi o ápice da Semana, com atividades na Praça da Cultura, das 7h às 17h, com participação de professores e alunos da rede pública de ensino. É a VIII Exposição Afro-Brasileira, com muita música, dança, teatro, poesia, artes visuais, artesanatos entre outras formas de expressão artístico-cultural africana e afro-brasileira. A manhã foi marcada pela presença da gestora Regional de Educação de Imperatriz, professora Rosyjane Paula, e da diretora Regional de Educação, professora Orleane Santana, que ao lado das integrantes da CEIRI, Eró Cunha, Doralice Mota, Giseuda Costa e Luisa Sousa e do Centro de Cultura Negra Negro Cosme, recepcionaram os visitantes nesta importante exposição afro. Ao final da manhã, destaque para a apresentação especial do Balé Afro Contemporâneo (BAC). Durante a tarde as atividades continuaram com apresentação de carimbó, capoeira, música, poesia, homenagens, exposição de fotografias e de desenhos, entre outras propostas artístico-culturais fizeram parte da VIII Exposição Afro-Brasileira.
“Muitas atividades belíssimas foram vividas no dia de hoje, com envolvimento de todas as escolas estaduais de nossa URE. Todos estão de parabéns pelos projetos realizados, pela participação nas atividades da Praça e principalmente pelo compromisso de uma educação pautada na diversidade, com a valorização da cultura afro-brasileira e africana, e pela luta contra o preconceito e o racismo”, disse a gestora Regional de Educação.
Para a professora Eró Cunha, “esta luta é em prol de valorização e fortalecimento identitária e da história e cultura afro-brasileira e africana”. “É dia de celebrar diante da sociedade a consciência de que, acima de sermos negros, brancos ou índios, somos seres humanos e precisamos fazer prevalecer a igualdade racial sem preconceitos”, completa a técnica pedagógica da URE, Sheila Garcia. Para Giseuda Costa (CEIRI/UREI), “Dia da Consciência Negra é o momento para refletirmos sobre a diversidade e a valorização do negro. Abaixo o preconceito e a discriminação. Viva Zumbi. Viva as diferenças”, finaliza ela.