Elson Araújo
Colaborador
O multi-instrumentista Chiquinho França deixou de ser, a pedido, presidente da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI), mas não retornou para São Luís, cidade onde se consolidou como artista e produtor musical. Preferiu permanecer na cidade e levar a efeito um projeto arrojado: o de resgatar aquele que foi um dos maiores festivais de música do Brasil, o Festival Aberto Estância do Recreio - Faber.
O projeto foi anunciado e já ganhou as ruas e as redes sociais. Agora, França e um grupo formado por ele buscam os meios econômicos para tornar o festival, estimado em um milhão de reais, uma realidade. Ele tem demonstrado otimismo com a construção do projeto que a cada dia, segundo o músico, consegue mais adeptos.
"Temos tido muitas adesões, contudo o festival só será possível se conseguirmos o apoio da Prefeitura e do Governo do Estado. Esperamos que o prefeito Assis Ramos e o governador Flávio Dino se unam a esse projeto que tende a mostrar para o Brasil o que temos de melhor em termos musicais".
Em entrevista a O PROGRESSO, Chiquinho França disse que o Projeto Faber é mais do que um festival, é um movimento que vem tomando conta do Brasil que tende a se desenvolver em duas frentes: a primeira é o fortalecimento da Música Popular Brasileira (MPB). Essa música, destacou o músico, admirada e reconhecida em todo mundo, toca cada vez menos nas rádios por conta de "meia dúzia de empresários. Acusa que hoje comandam o chamado showbizz e determina o que deve ou não ser executado nas rádios.
"O Faber retorna para oportunizar à nossa juventude conhecer, ouvir e cantar nossas músicas a boa música maranhense do Brasil", acentuou o músico.
A outra vertente do Faber, informa Chiquinho França, será chamar a atenção da população sobre a real situação do Rio Tocantins e da necessidade de cada um fazer sua parte para ajudar a salvá-lo. Ele avalia ser necessária uma grande mobilização com a participação de toda a sociedade para que "cuidemos do nosso rio e dos nossos riachos. O Faber também vem com essa bandeira", disse.
Com a mesma sigla (Faber), mas com significado diferente, o "Festiva Aberto" ainda não tem uma data fixada porque depende da captação de recursos tanto na iniciativa privada, por meio das leis de incentivo, quanto do poder público, mas conforme Chiquinho França se propõe a ser um evento épico ao reunir, como nos anos 1980, grandes nomes da MPB e revelar novos talentos. Foi no Faber que a música proporcionou o surgimento de artistas como Erasmo Dibbel, Nando Cruz, Neném Bragança, Luiz Carlos Dias, Zeca Tocantins e o próprio Chiquinho França.
"Vamos transformar Imperatriz no grande palco da Música Popular Brasileira", garante Chiquinho França.
Comentários