Geovana Carvalho

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar. Os dados são do Inca - Instituto Nacional do Câncer.
A saúde de quem não fuma, mas convive com fumantes, também corre riscos. O tabagismo passivo é a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça) por indivíduos não-fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados.
O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.
Em Imperatriz o Caps-AD (Jardim São Luís) desenvolve programa de assistência junto a fumantes que desejem deixar o vício. Uma equipe composta por clínico geral, nutricionista, farmacêutico e psicóloga atende, atualmente, dois grupos de pessoas dispostas a parar de fumar. Segundo a psicóloga Nara Siqueira, o primeiro e decisivo passo para abandonar o cigarro é a autodeterminação: “Sem o desejo de parar de fumar, não há tratamento, a decisão é da pessoa”.
São formados grupos que serão acompanhados pela equipe, faz-se triagem do nível de dependência e então traça-se a “intensidade” do tratamento. Nara informa que outros grupos serão formados a partir de setembro, quando deverão chegar – enviados pelo Governo Federal – kits para o tratamento antitabagista.
“A demanda é grande, há uma fila de espera, mas com a chegada dos novos kits, pretendemos acabar com essa fila”, diz a psicóloga.
Ainda de acordo com Nara Siqueira, em torno de 70% dos pacientes apresentam crise de abstinência. Essas pessoas usam então o adesivo de nicotina para diminuir o desconforto. “Nem todos precisam, na triagem verificamos a necessidade”.
A psicóloga Nara Siqueira relata que o fumante busca o tratamento por se sentir descriminado e por sentir a necessidade de cuidar da saúde. “Geralmente, já tiveram complicações clínicas, ou conhecem alguém que teve, por isso sentem mais na pele... Sentem também que são discriminadas pelo mau cheiro do cigarro, ou o filho pede, o marido também, para pararem, ficam com vergonha de ter que sair dos lugares para fumar”.