Encontros de formação tem como grande finalidade o apoio teórico, didático e metodológico - Divulgação

Mesmo diante do cenário atual de pandemia, causado pela Covid-19, que atinge nossa cidade, o país e o mundo todo, a educação maranhense busca alternativas para resistir e se reinventar. Várias ações estão sendo pensadas, planejadas e realizadas pela Secretaria de Estado da Educação (SEDUC). Um exemplo disso são os encontros virtuais com educadores, que a Unidade Regional de Educação de Imperatriz (UREI) promoveu, através da Coordenação de Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) durante o mês de maio. Com temática "Imperatriz: formação anticolonial na Educação", a iniciativa foi realizada na plataforma Google Meet, em parceria com formadoras/es do Ciclo Permanente de Estudos e Debates com a Educação Básica, da Universidade Federal de Minas Gerais (SIEX-UFMG).

"Os encontros de formação para relações étnico-raciais na educação, promovido pela URE Imperatriz, através da CEIRI, tem como grande finalidade o apoio teórico, didático e metodológico para que os professores e gestores escolares, da Rede Estadual de Ensino do Maranhão, possam plenamente implementar nos centros de ensino as Leis nº 10.639/03 e 11.645/08, que tratam, respectivamente, da obrigatoriedade das temáticas História e Cultura Afro-Brasileira e Africana: e Indígena, nos procedimentos curriculares e extracurriculares de Ensino e Aprendizagem", explica a gestora Regional de Educação, Profª Drª Orleane Evangelista de Santana.
"O objetivo desta formação é propor reflexões, debates, estudos e compartilhamento de práticas e vivências pedagógicas voltadas para a construção de uma educação antirracista e que valorize a diversidade étnico-racial", explica a coordenadora da CEIRI e mediadora nos encontros, Profª Mestra Eró Cunha. "Precisamos aprimorar nossas práticas pedagógicas e contemplar diferentes olhares sobre o mundo, ampliando o direito ao ingresso e permanência, nos espaços educacionais, de sujeitos, antes invisibilizados por um sistema opressor. É preciso rever os próprios objetivos da educação, repensar novas práticas pedagógicas e construir projetos voltados para uma educação emancipatória, libertadora. Isso só será possível a partir da descolonização do saber e consequentemente do currículo escolar", finaliza a professora Eró.  
Foram realizados três encontros, sendo o primeiro no dia 05, tendo  como formador o professor Jair da Costa Junior (Mestre em Ciências Sociais - PUC/Minas); o 2º encontro aconteceu no dia 12, tendo como formadora a professora Yone Maria Gonzaga (Doutora e Mestra em Educação/UFMG); e o 3º encontro aconteceu na última terça (19), sendo a formadora  a professora Aline Neves Alves (Doutoranda e Mestre em Educação/UFMG).
"Articular essas reflexões a partir das vivências do contexto social favorece e amplia a construção do conhecimento sobre as populações negras e indígenas e possibilita às educadoras/es desenvolverem metodologias específicas para o público com o qual trabalham. Todas as vidas importam e a Educação tem um papel transformador de valores e mentalidades", afirma a Profª Drª Yone Maria Gonzaga, uma das formadoras dos encontros. "O reconhecimento e a valorização das diferenças subjetivas, sociais e de oportunidades, a meu ver, será possível quando conseguirmos produzir um olhar anticolonial na Educação", conclui a formadora.
Para a professora de Língua Portuguesa, do Centro Educa Mais Tancredo de Almeida Neves, Deivanira Vasconcelos, esta formação é necessária para fortalecimento das abordagens não-racistas e valorização da cultura negra em sala de aula: "Eu acho muito necessário a gente aprender a se posicionar para falar da história e produções da população negra no Brasil, valorizando e apresentando as realizações em que o negro foi e é protagonista, principalmente para que seja possível a construção da identidade dos nossos estudantes. Estou aprendendo, principalmente, como abordar os assuntos importantes para conscientização e fortalecimento da identidade negra", conta a professora.  
Durante os encontros foi possível ainda a realização de intervenções artísticas, o que possibilitou o entrelaçamento de saberes culturais. As apresentações musicais tiveram a participação das atrizes e cantoras Dênia Correia e Juliana Cutrim, além do diretor, ator e compositor Lauande Aires, todas/os integrantes da Cia Teatral Santa Ignorância, de São Luís/MA.  
Além das ações de formação da Coordenação de Educação da Igualdade Racial de Imperatriz, é importante destacar também o trabalho político, social e histórico do Centro de Cultura Negra Negro Cosme (CCNNC), que é parceiro da CEIRI/UREI, no combate ao racismo e no fortalecimento de ações e políticas públicas, em Imperatriz e na Região Tocantina. (Aparecida Marconcini Prestes/ Eronilde Cunha)