Temos três crises para vencer em 2020, a do coronavírus e a recessão econômica que não temos culpa, e a terceira crise que é de governança, que é somente nossa culpa, pois elegemos um presidente incapaz, uma Dilma com calças. Está certo que no segundo turno era isso ou aquilo... No primeiro, eu votei melhor, alguém que tinha experiência em crises. 
Como vencer uma crise de saúde com um presidente que não acredita na doença, faz seus pronunciamentos como um catatônico. Até parece o presidente Bush no jardim de infância quando o assessor Andy Card lhe disse que um segundo avião atingira a segunda Torre e que a América estava sob ataque. 
  Para Bolsonaro, a pandemia é uma fantasia, coisa da mídia, histeria, "gripezinha", pensa que é um presidente valente e que não pode temer contaminação. A classe mais alta que o elegeu já percebeu sua inépcia e está promovendo furiosos panelaços nas principais cidades do país. 
Reale Júnior já propôs a interdição médica do presidente, de fato, ele aparenta demência grave e o próprio Exército o aposentou aos 33 anos de idade, aparentemente, por isso. A Janaína, hoje, deputada, afirmou que ele precisa ser afastado. Pensando rapidamente, nem precisa fazer o impeachment, é só abrir o processo, algo possível em até três semanas. Como a crise do coronavírus vai durar 11 semanas e a recessão pode virar uma depressão de anos... 
Com um presidente que não sai da fase de negação, é preciso que os deputados e senadores atuem para salvar nossa nação, esquerda e direita vidente. É preciso um plano estratégico nacional -como se faz no INPE- para lidar com essa crise. Especialmente a que começa daqui um mês e que é muito mais grave: a econômica. Se, agora, quem vê os gráficos de Wuhan (disponíveis desde janeiro), Irã e Coreia do Sul fica assustado,  por que não fica ainda mais com as consequências econômicas da China? 
Ah, fala a verdade, precisava ser gênio da matemática para saber que em um mês o Brasil estaria trilhando na curva exponencial da doença desses países? E como é possível ter tantos Eduardos Bananinhas negando isso ainda hoje? Olhem o gráfico, por que o Brasil seria diferente? Ainda mais que por aqui se beija e se abraça muito. 
A quarentena total de Wuhan começou em 23 de janeiro, quando surgiram 400 novos casos. Dois meses depois, nenhum caso novo. O Brasil, melhor, São Paulo começou antes a fazer a quarentena. E o ministro Mandetta parece estar delirando ao prever crise até setembro, talvez seja o inconsciente dele alertando para o estado mental de nosso presidente. Pela experiência chinesa, em meados de maio estaremos saindo dessa crise. 
Então, teremos que enfrentar a crise econômica. Por isso, tem que manter transporte público e a produção de tudo que seja possível, sem risco de contágio. Quem trabalha sozinho também deve continuar. E tenho colegas no INPE que defendem que se reduza a exportação de alimentos, poderemos ter problemas de abastecimento interno. 
É preciso também calar os que geram crises. A Câmara tem um comitê de Ética, que trabalhem. E não custa lembrar que a Câmara, especialmente, e o Senado têm maior representação popular e democrática dos poderes, deve buscar a união e o protagonismo na ausência de liderança. Estadismo, precisamos, excelências! 
Sucesso não é sorte, é escolha! 

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.