Elson Araújo*

Existe uma verdade em Imperatriz que se impõe: começou efetivamente no governo Jackson Lago e prossegue agora, no governo Roseana Sarney, o pagamento da dívida que o governo do Estado tem historicamente com Imperatriz e região. Foram anos de tudo para o Norte e nada para o Sul. O quadro, ainda que lento, começou a mudar.
Foi esse sentimento histórico de abandono que fez eclodir ao longo de pelo menos 200 anos diversos movimentos emancipacionistas, o mais famoso deles o que pretendia criar a República dos Pastos Bons, que chegou, segundo historiadores, a possuir até manifesto. Os líderes da época queriam não um Estado, mas criar um novo país.
Foi a partir desse movimento que houve a semeadura da ideia de uma divisão do Maranhão com o surgimento de um novo Estado, sonhado e anos depois batizado de Maranhão do Sul, bandeira hoje, a olhos vistos, arreada.
Imperatriz e a região tocantina sempre receberam menos do que mereciam. Se não fosse o trabalho pioneiro dos bravos de várias partes do Brasil e do mundo que acreditaram na força dessa terra, a região não seria o que é hoje: um grande centro de prestação de serviços; polos industrial, educacional e agropecuário, e que hoje atraem investidores dos mais diversos ramos de negócios que enchem de esperança o povo da nossa terra.
A dívida do governo do Estado para com o interior e notadamente com Imperatriz e região era astronômica. Parte da elite política da capital parecia ter realmente desprezo pelo nosso povo e nossa gente.
Esse quadro começou a mudar com o amadurecimento de Imperatriz e o consequente surgimento de novos nomes no cenário político, com ou sem mandatos, que começaram a dar voz aos pleitos da região.
Aqui nesse lado do Estado, o município de Imperatriz começou a ser ouvido e a ganhar importância. Motivado por políticos como o atual prefeito Sebastião Madeira e outros aliados da época, o saudoso governador Jackson Lago praticamente se apaixonou por Imperatriz a ponto de aqui passar uma “virada de ano”.
Lago, então, começou a romper com a discriminação histórica dos “Leões” para com Imperatriz e a assumir e cumprir compromissos. A obra dele, como todos sabem, ficou inacabada.
Com a saída de Lago, parecia que tudo voltaria para a estaca zero. Coube a Madeira, prefeito da cidade, o papel de não permitir a retomada da história de abandono.
Despido de vaidade ou qualquer ranço político/ideológico, em nome dos interesses maiores do município, Madeira humildemente bateu na porta do Palácio dos Leões. Numa conversa franca e honesta com a governadora, fê-la entender a importância de Imperatriz e que, independente de sua votação na cidade, não havia motivos para o Palácio virar-lhe as costas.
No entendimento de Madeira, sua gestão não podia se transformar “numa fortaleza ideológica”, porque começava ali, naquela conversa inicial, uma parceria de resultados positivos e concretos.
A parceria com o governo do Estado já resultou em investimentos na área da saúde, incluindo a construção de um hospital (obra em andamento) e diversos convênios na área da infraestrutura que permitiu, por exemplo, o asfaltamento completo da Nova Imperatriz, um dos bairros mais antigos da cidade.
Novas parcerias na área da infraestrutura já foram firmadas e vários bairros já estão beneficiados. A região do Brasil Novo, que inclui a Vila Brasil, parte da Cafeteira e Parque das Estrelas, com as obras que estão ali sendo realizadas, começa a mudar de patamar com a melhoria do aspecto urbanístico, valorização dos imóveis e a melhoria da autoestima da população.
Nas palavras do prefeito Madeira, outras regiões da cidade, como o Buriti, Bacuri, Anhanguera,   Leandra, Vilinha, Parque Alvorada, entre outros,  passarão pelo menos processo até o final do seu mandato.
Com todas as essas obras na área da infraestrutura em andamento, resultado de investimentos do tesouro municipal, e das parcerias com o Estado, a União, Imperatriz fica mais bonita, atrai novos investimentos e aos poucos se consolida com uma das grandes cidades do Brasil com espaço e oportunidades para quem quer crescer e se devolver junto com ela.
Por fim, uma última observação: a cidade é um organismo vivo, portanto tem sentimento. Chora, ri, comemora, protesta e grita! Diz sim e sabe dizer não e, como todo organismo, deseja e precisa ser bem tratada, bem cuidada. Imperatriz é justa e sabe se posicionar a favor de quem a prestigia.

*Jornalista