Em uma assembleia realizada no último dia 27 de outubro, na sede da Academia Imperatrizense de Letras, foi eleito o mais novo imortal: Cassius Guimarães Chai. O acadêmico é professor de Direito da Universidade e promotor público. Ele ocupará a cadeira de número três, que pertenceu ao escritor Ulisses Azevedo Braga, falecido no início do ano.
Para o mais novo acadêmico, a motivação para a disputa da cadeira veio da observação de que essa instituição tem como papel social promover a cultura e o estudo sobre a língua, além de incentivar a produção literária.
Com a eleição do professor Cassius Chai, o Campus da UFMA de Imperatriz agora possui quatro de seus professores na Academia. Os outros professores da instituição que também já se tornaram imortais da AIL são o professor de Direito Weliton Carvalho, a professora de Pedagogia Maria Tereza Bomfim e o professor aposentado José Geraldo da Costa, que foi o primeiro diretor de Centro do campus Imperatriz.
Imortais - Segundo o dicionário da língua portuguesa, imortal significa “não sujeito à morte”. Os membros das Academias de Letras também são chamados de imortais não pela sua imortalidade física, mas pelo valor que suas obras possuem. “A imortalidade não é para nos distanciar dos mortais. O que pretende ser imortal é a obra que você desenvolve. Ela tem a capacidade de transcender o tempo”, afirmou o professor Weliton.
Para o acadêmico, que já publicou dois livros, Cassius Chai, a obra tem a possibilidade de transcender o tempo, as condições materiais e perpetuar-se na história. “O papel do imortal é antes de tudo compreender que tem limitações físicas e temporais, mas a sua obra literária tem a possibilidade de transcender essas condições materiais e perpetuar-se na história servindo como referência e testemunho de um contexto histórico social que auxilia outras gerações a perceber seus antecedentes e suas origens”, afirmou o acadêmico.
De acordo com a professora Maria Tereza Bomfim, a função de um imortal é bem mais do que apenas discutir, mas buscar alternativas para que a literatura se torne mais presente na sociedade. “O objetivo é fazer com que a literatura seja levada aos estudantes e estabelecer um diálogo cultural, literário e artístico com as escolas e com os jovens”, afirmou.
Para o professor Weliton Carvalho, a missão do acadêmico é a preservação e a construção da cultura de uma cidade. “A Academia de Letras é como se fosse um templo de observação, de construção e de aceitação daquilo que tem valor para o espírito”, comentou.

Como se tornar um imortal da Academia Imperatrizense de Letras?

Segundo o regimento da Academia de Letras de Imperatriz, o cargo é vitalício, um acadêmico só perde o cargo ao morrer. Caso isso aconteça, a AIL divulga um edital para que os candidatos possam se inscrever. Os concorrentes devem enviar à Academia uma carta de intenção seguida com o seu currículo e uma obra de sua autoria. Os imortais fazem uma pré-seleção analisando todos os currículos e dois ou três vão a votação em uma assembleia. O candidato eleito assume a vaga ociosa e herda o patrono escolhido pelo primeiro ocupante da cadeira.
O professor Cassius Chai deve ser empossado ainda este ano. Ele foi eleito no último dia 27 de outubro e herdou o patrono João Nogueira Rego. Já o acadêmico Weliton ocupa a cadeira 19 e herdou o patrono Amaral Raposo. A professora Tereza Bomfim está na cadeira oito, que tem como patrono Marcelino Bícego. O professor José Geraldo, que foi um dos sócios fundadores da Academia juntamente com outras pessoas ligadas às letras e à cultura de Imperatriz, escolheu o patrono José Mourão Rangel. (ASCOM / Imperatriz)