Marcos Fábio Belo Matos – professor dos cursos de Jornalismo e Pedagogia do CCSST -  UFMA Imperatriz.

A UFMA está no interior desde 1981, quando, por meio da Resolução 08/1981, do Consun, foram criados os campi de Pinheiro, Chapadinha, Imperatriz, Balsas e Codó. Posteriormente, vieram os de Bacabal, São Bernardo e Grajaú. São, portanto, quase 40 anos de atuação no interior maranhense, mudando a realidade das comunidades onde está implantada e se consolidando como a maior referência em educação superior do estado.

Mas, somente em 2006, por conta da “segunda onda” da interiorização, motivada pelo Reuni, do Governo Federal, os campi do interior (ou do “continente”, denominação adotada, atualmente, pela gestão para se referir ao conjunto dos municípios onde a UFMA tem sede) começaram a ter uma vida universitária mais efetiva: foram criados mais cursos de graduação e, num movimento posterior, já motivado pela ótima formação dos professores e professoras que estavam chegando edas suas trajetórias de pesquisa, implantados vários programas de pós-graduação latu e strictu sensu. E hoje, como resultado, a UFMA no interior exibe pujança: em todos os campi, há pesquisa, há extensão, há professores e professoras, técnicos e técnicasqualificad@s e alun@s que têm esperança no futuro.

O interior maranhense se transforma, a cada dia, pela presença da UFMA.

Contraditoriamente a esse cenário, os campi do interior pouco participam, de maneira efetiva, da gestão superior. Nunca houve um pró-reitor que viesse do interior. Somente muito recentemente, os diretores passaram a ter assento e poder de voz e de voto nos conselhos superiores. E, dos oito campi, apenas três (Chapadinha, Imperatriz e Pinheiro) já foram elevados à condição de Centros. Os demais continuam como campus – que é uma entidade administrativa menor. Sem contar os muitos programas da UFMA que não alcançam os municípios fora da capital: as ações de saúde do servidor; os projetos do DAC; a presença constante da reitoria– só para citar três exemplos.

E nunca houve um nome do interior para disputar os cargos de reitor e vice-reitor.

Este ano, nas eleições de reitor e vice-reitor, teremos uma chance histórica de mudar esse quadro. Temos, pela primeira vez na trajetória da UFMA, um candidato saído do interior: de Imperatriz.

Esta é uma excelente oportunidade para “entrarmos no jogo” das decisões centrais da nossa UFMA.

Juntos, todos os campi da UFMA no interior formam mais de 30% da comunidade universitária. Não é possível mais apenas “ver a banda passar”, como disse o Chico Buarque. Precisamos fazer valer a nossa força e mostrar que o interior também deve fazer parte da gestão superior.