A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) entregou, na quarta-feira (10), no campus de Imperatriz, o Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Timbira (CPAH). O projeto foi desenvolvido por meio de parceria com a Suzano Papel e Celulose e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O vice-reitor Walter Canales, representou o reitor Gustavo Costa na solenidade que teve a presença de diversas autoridades, entre as quais o prefeito Sebastião Madeira.
O Centro beneficiará a cidade de Imperatriz e toda a região com ações de educação patrimonial, visando consolidar a valorização e preservação dos saberes tradicionais e populares que definem a identidade sul maranhense. A comunidade do entorno será a primeira contemplada com essas ações que envolvem a realização de palestras e visitas guiadas à exposição arqueológica e etnológica.
A coordenadora do centro, Maristane Sauimbo. explica que CPAH tem como objetivo a preservação e a exposição de materiais arqueológicos, etinológicos e da cultura do serrado maranhense, coletados nas áreas de implantação da fábrica da Suzano e de outros empreendimentos instalados na região Tocantina.
Além de ser um espaço totalmente equipado para receber estudantes, pesquisadores e a comunidade, o centro é a primeira instituição de guarda de acervo arqueológico no Sul do Maranhão, colaborando para a preservação desse material, considerando que outras duas instituições se encontram em São Luís.
Maristane Sauimbo explica que o Laboratório de Arqueologia do Centro é pioneiro em pesquisas de culturas das populações ancestrais que ocuparam a Amazônia Oriental e um espaço museal para salvaguardar acervo arqueológico coletado na região.
O Centro surgiu a partir do Núcleo de Estudos Africanos e Indígenas (NEAI), que se consolidou como órgão de pesquisa dentro da universidade, participando e promovendo encontros, seminários e fóruns culturais em defesa do patrimônio, material e imaterial, com ações que envolvem a sociedade civil, de forma dinâmica e participativa.
“Neste ano foi possível efetivar nosso projeto acadêmico de espaço museal para conservação e guarda de patrimônio cultural africano, afrodescendente e indígena, por meio do Centro de Pesquisa em Arqueologia e História “Timbira”, com sede localizada nas dependências da Uema”, esclarece Maristane Sauimbo.
O local é um campo de estudo multidisciplinar que dialoga com áreas afins das áreas de Ciências Humanas e Sociais de estudos arqueológicos realizados na região Sul do Maranhão.
O vice-reitor Walter Canales lembra que o NEAI possibilitou que o IPHAN trouxesse o projeto para a Uema. “Aqui temos instalações amplas e adequadas que irão possibilitar o aumento das pesquisas, material coletado e exposto no Centro que, mais tarde, servirão para incentivar os alunos de iniciação científica e pós-graduação”.
A presidente Nacional do IPHAN, Kátia Bogéa afirmou que o centro é importante por causa da riqueza arqueológica encontrada no Sul do Maranhão que, para ela, merece uma atenção especial. “O papel do IPHAN é fortalecer o patrimônio arqueológico por meio de uma gestão bem feita das universidades, que são as responsáveis pela pesquisa no País”. Ela ressaltou que já há pesquisas no sul do Maranhão relevantes “Estão mudando a história da ocupação deste território”.
Para o gerente Jurídico da Zuzano, André Brito, as pesquisas já haviam sido feitas, mas, no interior do Maranhão, não havia um centro de guarda dos resquícios arqueológicos. “Por isso, foi celebrado este convênio entre IPHAN, Uema e Suzano, para conservar o que já existia. Com este material, estudantes e pesquisadores vão poder desenvolver mais estudos e fazer novos resgates, que contribuirão para a história indígena do estado e da região”.
Conforme o diretor do Campus Uema, Paulo Catunda, a implantação do Centro de Arqueologia é um ganho para a sociedade de Imperatriz e para os alunos do Curso de História da Uema, que vão poder trabalhar na prática a arqueologia e guardar o material encontrado na região, conservando, assim, a cultura dos povos indígenas e afros.
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