Luís Silva e Oziel Lima, barraqueiros

Carlos Gaby

A Câmara Municipal abriu sua Tribuna Popular, na sessão dessa quarta-feira (2), para ouvir as reivindicações e reclamações dos trabalhadores da Praia do Cacau, a maioria proprietária de barracas que comercializam peixe e bebidas. A proposição da audiência foi solicitada pelo vereador José Arimatheia Ditola (PEN).
Os trabalhadores reclamam que estão sendo prejudicados por uma medida da Prefeitura que proibiu o acesso de veículos ao estacionamento que fica logo abaixo da rampa que dá acesso à praia, que sempre funciona no período de veraneio. Segundo eles, a medida tem beneficiado apenas um comerciante que alugou um antigo clube social e o transformou em estacionamento, impedindo que carros e motos pudessem trafegar até o começo da orla da praia.
“Parece até que eles querem privatizar a praia”, denunciou um dos mais antigos comerciantes da Praia do Cacau, o senhor Luís Silva. “Queremos apenas nosso direito”, protestou.
O senhor Oziel Lima de Macedo, também um dos primeiros a instalar sua barraca na Praia do Cacau, disse que cada barraqueiro gastou cerca de R$ 2 mil para erguer suas barracas “e agora estão sendo prejudicados por essa medida”. “Nós só queremos trabalhar, ali é nosso ganha pão. Pedimos a ajuda dos vereadores para resolver essa questão”, afirmou.
O presidente da Câmara Municipal, José Carlos Soares, protestou veementemente contra a medida, que classificou de “perseguição aos mais humildes”.
Outros vereadores criticaram duramente a decisão tomada pela Prefeitura, através das secretarias de Trânsito e de Meio Ambiente.
Os vereadores decidiram formar uma comissão e fazer visita de vistoria à Praia do Cacau, além de convocar secretários municipais para dar explicações sobre a medida.