Acidentes crescem assustadoramente em Imperatriz

Willian Marinho

Os dois principais temas que deverão polarizar os debates nas sessões do legislativo imperatrizense são trânsito e transportes coletivos, prevê o presidente Hamilton Miranda. Agora com 21 vereadores, os debates deverão ser mais amplos e até acirrados, embora nesta primeira semana o clima tenha sido de amenidade entre os edis. No entanto, os vereadores considerados oposicionistas e até certo ponto radicais deverão movimentar e esquentar as sessões ordinárias desta décima sétima legislatura.
A O PROGRESSO, o vereador reeleito Hamilton Miranda informou que, entre todos os assuntos, a questão do transporte coletivo e a organização do trânsito farão a pauta principal dos vereadores. “Pelo que estamos observando já nestas primeiras sessões e a cobrança da população, o transporte coletivo e a organização do trânsito dominarão os debates na casa”, frisou.
Nas duas primeiras sessões, terça e quarta-feira, os vereadores lembraram na tribuna Freitas Filho a forma como estão sendo tratados os usuários do transporte coletivo.
O vereador Marco Aurélio fez questão de afirmar que, para conhecer a realidade do serviço, passou boa parte do dia circulando em ônibus e nas paradas. “Posso afirmar, sem medo de errar, que a situação é realmente de falta de atenção e respeito. Em algumas linhas, as pessoas sofrem com a lotação e com a utilização de micro-ônibus, que são menores e apertados. Precisamos dar uma resposta à população”, afirmou.
Praticamente todos os vereadores demonstraram insatisfação com a prestação dos serviços por parte das concessionárias do transporte coletivo em Imperatriz. Não está nem mesmo descartada a instalação de uma CPI para apurar todas as denúncias e irregularidades, como atestou o vereador Rildo Amaral. “Não queremos nos tornar chatos, contudo temos que agir rapidamente para responder ao que a sociedade denuncia. E já vejo a possibilidade concreta da instalação de uma CPI. Afinal, vereadores da situação e oposição estão convergindo para a mesma opinião”.
Trânsito – Rildo Amaral (PDT) é autor de um projeto que vai provocar muitas discussões. O que tratará da regulamentação do transporte de cargas na cidade. O projeto foi apresentado ainda no ano passado, mas não teve continuação devido às eleições. Agora, Amaral pediu que retornasse à mesa para ser discutido pelos seus pares.
“Já pedi o desarquivamento do projeto e espero que seja debatido e apreciado pelos vereadores como forma de organizar este setor em Imperatriz”. O projeto, caso seja aprovado, vai estabelecer horários e vias em que os caminhões de cargas poderão circular na área central da cidade. Vai, por exemplo, reduzir o estrangulamento do trânsito no Mercadinho. A proposta será rebatida pelos setores ligados ao comércio, porque fará com que as grandes lojas tenham seus pontos de armazenagem fora do centro e suas entregas poderão ser feitas por caminhões utilitários e em horários em que não provocarão contratempos.
Já há consenso entre os vereadores que sejam apresentadas emendas ao projeto visando regularizar várias ruas que hoje são os principais pontos de acidentes na cidade. Audiências públicas, debates e até a vinda de especialistas em trânsito urbano a Imperatriz estão sendo preparados para discutir este tema.
Para o ex-vereador Edmilson Sanches, um estudioso dos números de acidentes de trânsito urbano em Imperatriz, “as ruas não são de borracha - não esticam. São mais ou menos 700km de ruas com alguma pavimentação e a maioria sem pavimentação nenhuma. Em 2008, trinta mil veículos; em 2013, cem mil. O trânsito em Imperatriz dependerá cada vez mais unicamente de uma condição: a educação de quem dirige, do ciclista (bicicleta também é veículo), do pedestre. Ler, seguir sinalização, fiscalização e campanhas são inúteis se cada um não assumir com responsabilidade, com respeito o seu papel”.
Sanches, que foi instrutor em assuntos sobre “Ética e Meio Ambiente” para cursos voltados para motociclistas e mototaxistas, usou imagens fortes para mostrar a fragilidade das motos no trânsito caótico em que vivemos.
E conclui: “Entre a palavra “MOTO” e a palavra “MORTO” não há distância. Ou melhor, a distância é exatamente do tamanho de sua pressa, de sua educação, de seu bom senso, de seu respeito pelos outros. Não tem como: trânsito melhor, só com pessoas melhores”.