Vendedores interditaram a rua com os carrinhos de comida

Hemerson Pinto

“Pra mim, tem que ficar é aonde sempre esteve. Virou uma tradição comer panelada ou outra comida na Avenida Bernardo Sayão, de preferência sentado com as costas para a rua. Vai fazer falta, mesmo ficando em um local aqui próximo”, comentou o comerciante Francisco Barbosa.
A estudante Camila Silva acredita que a mudança “é uma maneira de começar a organizar os vendedores, tornando o atendimento melhor para os clientes. Isso se for mesmo construída a praça de alimentação”.
A divisão de opiniões foi registrada pela reportagem de O PROGRESSO na manhã da última segunda-feira, enquanto os vendedores de comida do setor Quatro Bocas realizavam protesto, interditando a Avenida Bernardo Sayão, no cruzamento com a Rua Rio Grande do Norte. A manifestação durou pouco mais de uma hora e provocou congestionamento de veículos.
A liberação da avenida aconteceu após a chegada do secretário de Agricultura, Abastecimento e Produção do Município de Imperatriz, José Fernandes, que conversou com os vendedores e orientou sobre a liberação do trânsito. Em seguida, o secretário marcou reunião com uma comissão formada pelos vendedores de comida para tratar sobre a procura por um local para onde os mesmos deverão ser remanejados.
A saída dos vendedores está relacionada a uma obra comercial. Os vendedores utilizam há décadas o passeio público do local onde hoje o prédio é construído. “O proprietário está falando em tirar a gente, mas o processo não é bem assim. A obra não será concluída agora, então queremos fazer um acordo e conseguir um prazo enquanto buscamos com a prefeitura um outro local”, explica a presidente da Associação dos Vendedores de Panelada das Quatro Bocas, Tatiana Sousa.
Um dos argumentos do proprietário do prédio em construção, segundo os vendedores, seria a exposição dos trabalhadores e clientes a possíveis riscos de acidentes devido à obra.
O secretário José Fernandes informou que o município estuda há algum tempo a possibilidade de criar uma praça de alimentação que abrigará todos os vendedores de panelada e outros tipos de comida do setor Quatro Bocas.
O espaço, segundo José Fernandes, é solicitado ao Ministério do Exército por meio do 50º Batalhão de Infantaria de Selva. A ideia seria desmembrar uma área do 50º BIS próxima ao cruzamento da Avenida Bernardo Sayão com a Rua Pernambuco. Para abrigar os paneleiros em um espaço organizado.
“Existe um projeto em tramitação junto ao Ministério, mas demora muito. O proprietário da obra diz que está sendo pressionado pelo Ministério do Trabalho por questão de riscos. Temos a obstrução do passeio público, já de muito tempo, e isso também o município está buscando solução. Assim, todos os vendedores vão nos ajudar, vão formar uma comissão e encontrar conosco um espaço que seja bom pra eles ficarem provisoriamente”, até a realização do projeto da praça de alimentação.