Hemerson Pinto
A sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Imperatriz voltou a ser ocupada por trabalhadores rurais. Desta vez, homens, mulheres e crianças dos acampamentos Cipó Cortado e Batata da Terra, município de Senador La Rocque. O grupo afirma que buscou apoio do órgão, fugindo de possíveis conflitos, pois as terras onde estão acampados passaram a ser frequentadas por homens fortemente armados.
Os trabalhadores declaram que vêm sofrendo agressões físicas e são impedidos até mesmo de chegarem aos locais onde ficam as plantações, de onde tiram o sustento da família. O local está sendo vigiado 24 horas por homens armados, usando coletes a prova de bala.
“Eles entraram no assentamento, agrediram uma assentada na casa dela, porque ela estava tirando foto de outro companheiro que estava sendo agredido. As famílias estão sem o acesso a suas roças, estão com o gado preso, tiveram barracos e roças destruídas, as crianças não podem ir às escolas e eles (agressores) ficam atirando no acampamento e fazendo rondas armados para amedrontar as famílias”, declarou a representante do Movimento Sem Terra, Gilvânia Ferreira.
Segundo a representante do MST, a denúncia foi registrada no Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Ouvidoria Agrária Nacional e Comissão Nacional e Internacional de Direitos Humanos. Os trabalhadores temem voltar para os acampamentos se continuarem sem proteção. O medo é de novas agressões e até mesmo de morrer.
O grupo deve solicitar apoio da Polícia Federal. “Pedimos ao Ministério Público Federal que solicitasse da Polícia Federal proteção aos trabalhadores”, diz Gilvânia. Para o dia de ontem, uma reunião estava prevista com representantes do Incra.
A expectativa também é pela aceleração no julgamento dos processos relacionados às terras em questão, o que daria o direito às famílias que ali estão acampadas e colocaria um fim na violência.
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