Antônio preparou o radinho de pilhas para ouvir as narrações dos gols

Hemerson Pinto

“Vamos torcer pra que dê tudo certo, que o Imperatriz encare de frente os adversários e consiga vencer principalmente os jogos dentro de casa. Se a carroça pesar, nós estamos aqui para ajudar a empurrar e tocar pra frente”. É a declaração do torcedor apaixonado do Imperatriz, Antônio Moraes.
Ele acompanha os jogos do Imperatriz desde a época em que o futebol na cidade era incentivado pelo Frei Epifânio. “Ele (o sacerdote) foi quem me pagou para eu levar as tábuas para fazer a primeira cabine de rádio do estádio, que foi apelidada pelo locutor da época como ‘balança mas não cai’. Eu era carroceiro e o Frei me chamou para fazer esse serviço. Lembro que ele também jogava bola, e era de batina”, comenta, sorrindo ao lembrar das cenas.
Mas seu Antônio é um torcedor diferente. Ele faz questão de dizer que nunca perdeu um lance dos jogos do Imperatriz desde quando começou a acompanhar os passos do ‘Mais Querido’, mas sem nunca ter visto um gol ‘ao vivo’, “porque eu só acompanho pelo radinho que eu não largo nunca”. Ele é vendedor de cachorro quente em frente ao estádio e em dias de jogo aproveita para faturar mais.
Para não perder os lances do jogo de hoje, estreia do Cavalo de Aço no Campeonato Maranhense, contra o Maranhão, seu Antônio já comprou carga nova de pilhas para o velho rádio. Ele costuma comprar fogos de artifícios para usar na hora dos gols e cada vez que o Imperatriz balança a rede dos adversários, corre pela Praça Mané Garrincha, comemorando.
Seu Antônio é apenas um dos torcedores do Cavalo de Aço que não veem a hora de o time entrar em campo e começar a somar pontos rumo à conquista do tri no campeonato estadual.
Seu Ernanes, da Rua Coriolano Milhomem, o Adão (ou Nego) do Bar do Flamengo – Nova Imperatriz, o fotógrafo Castro, as servidoras públicas Graça e Carla (mãe e filha) também são apenas mais alguns nomes entre os milhares de torcedores que em 2016 estarão lado a lado do Imperatriz nas batalhas que começam a partir do jogo deste sábado.
“Eu também não perco um jogo, só se tiver doente, mas se não for febre alta, eu dou um jeito, vou mesmo pro estádio. Se for um dia que eu não estiver muito bom pra caminhar, minha filha ou meu genro me leva de carro. Mas que eu vou, eu vou, e vamos pra frente, Cavalo!”, declara o amor pelo clube, o aposentado Francisco Rodrigues.