Joca, presidente do Sindicato dos Taxistas de Imperatriz
O uso do taxímetro é obrigatório, segundo o sindicato da classe

Hemerson Pinto

Após denúncia recebida por O PROGRESSO sobre alguns taxistas em Imperatriz que não atendem ao pedido do passageiro quando solicitado o uso do taxímetro durante as corridas, nossa reportagem procurou o Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Imperatriz (SINCAVIR), ou Sindicato dos Taxistas, em busca de esclarecimentos.
Segundo o presidente da classe, João Assunção (Joca), o uso do taxímetro é obrigatório e o taxista que se negar a usar o equipamento para marcar o valor da corrida está sujeito a penalidades, desde que denunciado junto ao sindicato. “É necessário que o passageiro, após o taxista ter se negado a usar o taxímetro, anote a placa do veículo e procure o sindicato ou Detran. O uso do taxímetro é regulamentado por lei e isso deve ser respeitado”, declara.
Por outro lado, Joca afirma que existe a possibilidade do taxímetro não ser utilizado para definir o valor de uma corrida, desde que seja acertado entre o cliente e o taxista. Neste caso, o preço a pagar depende do acordo feito entre as duas partes. “Neste caso, o taxímetro não precisa ser ligado, o que vai valer é o acordo feito. Assim, caso o passageiro queira fazer um acordo, foge da responsabilidade do taxista”, diz.
Outra situação que deve ser comunicada imediatamente ao Sindicato dos Taxistas, de acordo com o presidente, é quando o profissional do volante alegar que não pode ligar o aparelho sob a justificativa de que o mesmo não está aferido. “Não existe isso. Se o taxista falar que não está aferido, não existe essa alegação, pois desde que é instalado no caso já está aferido. É crime e pode levar até a perder o alvará”, alerta Joca, acrescentado que uma nova aferição seria necessária em casos de mudanças no preço da tarifa, a chamada ‘bandeirada’. “Mas aí era um outro processo”, conclui.
O presidente do Sindicato dos Taxistas afirma que a entidade já recebeu e apurou denúncias de casos onde o taxista negou-se a cobrar o valor da corrida pelo uso do taxímetro, sendo que o mesmo nem havia sido acionado.
Taxista há cinco anos, Pedro Sousa garante que utiliza o taxímetro em todas as corridas, “menos quando o passageiro diz que quer acertar o valor”. A alternativa, segundo Pedro, não é a mais utilizada pelos passageiros nos últimos dias. “Eles estão preferindo pedir a cobrança pelo taxímetro, e realmente está saindo mais barato”, revela.

Táxis – Segundo o Sindicato dos Taxistas de Imperatriz, um total de 630 veículos de placas vermelhas circulam pela cidade. Deste número, cerca de 300 estão associados ao sindicato. Quanto à quantidade de pontos de táxis, o presidente da classe afirma que são 35 espalhados pelos bairros, incluindo o Centro.

Bandeiras – A cobrança do valor da corrida em um táxi, medida pelo taxímetro, varia de acordo com o tempo gasto, horário e distância percorrida. Em Imperatriz, a ‘bandeirada’, tarifa inicial para qualquer corrida, independente do horário, custa R$ 3,50. O que muda é o valor dos acréscimos gerados a cada quilômetro percorrido, isto é: de segunda a sexta-feira, das 6h da manhã até as 19h59 (Bandeira 1) é cobrado R$ 2,60 para cada quilômetro rodado. O mesmo valor é mantido nas manhãs de sábado. De segunda a sexta-feira, entre 20h e 6h da manhã do dia seguinte, o taxímetro passa a funcionar em Bandeira 2. Neste horário, o valor cobrado por cada quilômetro percorrido é de R$ 3,20. O mesmo valor é cobrado do meio dia de sábado até as 6h da manhã de segunda-feira, e aos feriados.
O autônomo Cleiton Rodrigues afirma que não conhecia as normas do uso do taxímetro e que chegou a pagar dois valores diferentes em um mesmo dia, quando precisou se deslocar entre a sua residência, na Nova Imperatriz, e um supermercado próximo à rotatória que dá acesso à ponte Dom Afonso. “O cara nem falou em ligar taxímetro, paguei R$ 25.00 pra ir; quando voltei, encontrei um que me trouxe por R$ 15”.

Aumento – O Sindicato dos Taxistas afirma que na próxima semana um projeto de reajuste no valor da ‘bandeirada’, que hoje custa R$ 3,50, pode ser apresentado para votação na Câmara de Vereadores de Imperatriz. Segundo Joca, a proposta surgiu do sindicato e foi encaminha à Prefeitura de Imperatriz. “Esperamos que o Poder Executivo apresente na Câmara antes do recesso dos vereadores”, diz Joca, lembrando que o último reajuste no preço da tarifa aconteceu em 2009, quando de R$ 2,50, a ‘bandeirada’ passou a custar o valor atual.