A população de Imperatriz será beneficiada pelo fim do atendimento de saúde prestado aos municípios vizinhos. Com a nova realidade, vão sobrar mais vagas de atendimento para os moradores da cidade. A suspensão dos procedimentos afeta, apenas, os pacientes vindos de outras localidades.
O anúncio da suspensão dos procedimentos para os municípios vizinhos foi feito na manhã da última quarta-feira (3), pelo superintendente do Sistema de Regulação de saúde do município (SisReg), Irisnaldo Félix. Além das cirurgias eletivas, a cidade também não irá mais oferecer exames laboratoriais e consultas a especialistas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Irisnaldo, a decisão foi tomada pensando na melhora do atendimento ao cidadão imperatrizense. Ele acredita que o atendimento se tornará mais eficiente com a redução do número de pacientes. “Toda a população de Imperatriz vai continuar a receber o atendimento e, provavelmente, até melhor do que nós vínhamos conseguindo fazer”, disse.
Atualmente, Imperatriz atende pacientes de mais de 40 municípios. Com isso, os recursos da cidade, suficientes apenas para o atendimento à população local, eram divididos com pessoas vindas de outras áreas. Há quase dois anos, a Prefeitura busca aumentar estes recursos, porém as negociações com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde têm avançado de maneira lenta.
No ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde, Imperatriz registrou déficit de cinco milhões em seus gastos na área. Irisnaldo Félix argumenta que, caso a situação não seja revista, o município vai entrar em colapso. “O prefeito Madeira, já há mais de um ano, vem, incansavelmente, via Ministério da Saúde, via Secretaria de Estado da Saúde, reclamando em todas as reuniões de colegiado que Imperatriz vai entrar em colapso se o estado e o Ministério não nos derem alguma ajuda. E até hoje nós não tivemos nenhuma sinalização, nem do estado nem do Ministério, em rever essa situação”, garantiu.
O atendimento de urgência e emergência, prestado no Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), não será alterado. A explicação é que vários municípios enviam recursos a Imperatriz para pagarem o atendimento dado à população. Este pagamento tem sido integralmente investido no HMI.
Grande demanda
A crescente demanda aos serviços de saúde do município de Imperatriz é vista como a principal responsável pela atitude extrema adotada pela Semus. A coordenadora de triagem do HMI, Vilma Maria, garante que o município tem se empenhado em resolver o problema, buscando sistemas auxiliares, porém o descaso observado nos municípios vizinhos acaba frustrando estes esforços. “O prefeito [Sebastião Madeira] e a secretária de Saúde [Conceição Madeira] têm feito todos os esforços [para resolver o problema], mas a demanda é grande. As unidades de saúde do Cumaru, da Nova Imperatriz, da Vila Nova e da Vila Cafeteira vêm atendendo pacientes do SUS para desafogar o atendimento do Socorrão [HMI]. Essa demanda somente é tão alta porque os governantes de outros estados e municípios não cuidam como deveriam da saúde do seu povo”, opinou Vilma.
A luta pelo aumento de recursos tem sido um dos principais esforços da Prefeitura para resolver o problema. No início do último mês, durante a 11ª Conferência Municipal de Saúde, o prefeito afirmou que, atualmente, cerca de 30% de todos os recursos do município são destinados a esta área. Este valor é o dobro do que exige o Ministério da Saúde (15%).
Já no último dia 29, no Seminário Regional de Lideranças, o gestor elegeu a saúde, ao lado da infraestrutura, como a principal demanda do município. (Comunicação)
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