Hemerson Pinto
Depois de quase 20 anos do início de um trabalho que lhe roubou tempo e a oportunidade de desfrutar parte dos melhores momentos em família, o pesquisador Luís Pereira Santiago conta os dias para ter uma resposta positiva. O sonhado museu para abrigar todo o material encontrado por ele em longos e difíceis anos de expedições, muitas vezes na companhia de um cunhado, pode estar próximo.
Sem saber o que iria encontrar pelo caminho, o geógrafo pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) colocou as mãos em tesouros sem preço, que hoje os guarda em cômodos da residência onde mora no bairro Juçara, em Imperatriz, no 'Museu do Homem Sul Maranhense'.
São fósseis com datações previstas em até 250 milhões de anos, machados, pilão, moedor feito de pedra polida, cerâmicas, instrumentos, moedas antigas, artefatos indígenas e outros materiais, tudo encontrado na região tocantina, incluindo a descoberta de cinco sítios arqueológicos em Imperatriz.
Professor e pesquisador, há quase 18 anos faz levantamento histórico da região tocantina em duas áreas: paleontologia e arqueologia pré-histórica. "Detive-me mais tempo na arqueologia, onde encontrei cinco sítios arqueológicos dentro de Imperatriz", descobrindo materiais com datações de cerca de dois mil anos, provando que existiu vida em nossa região muito antes. "Trabalho voluntário sem receber nenhum apoio logístico ou financeiro, muito menos de autoridades constituídas pelo município".
Há pouco tempo o professor Santiago recebeu a notícia de que uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) o procuraria para registrar provas de suas pesquisas. O objetivo? A execução de um projeto desenvolvido pela empresa Suzano que encomendou o levantamento histórico de Imperatriz. Depois das avaliações, todo o material sob guarda do professor deverá ser exposto em um museu, que poderá ser criado no campus da UEMA de Imperatriz.
"É algo que satisfaz nosso ego, principalmente por saber que você vai deixar um legado para que as novas gerações possam dar continuidade. Imperatriz vai ter um museu, e a partir daí quantos outros museus terão?", comemora o professor, destacando que em 18 anos de trabalho nunca foi procurado por um secretário de Cultura do município de Imperatriz.
Publicado em Cidade na Edição Nº 14890
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