Na década de 90, a sobrevida do bebê prematuro era de 60%. Hoje, o cenário foi modificado e a expectativa de vida cresceu para 95%. O saldo positivo é resultado da evolução dos métodos de tratamento, tecnologia e mobilização preventiva que contribuíram para a sobrevivência do prematuro. Para fortalecer a necessidade de cuidados com estes pequenos, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) promove no Maranhão a segunda edição da Campanha Nacional “Prematuro Imunizado é Prematuro Protegido”. O Instituto Abrace (ONG formada por mães de prematuros) e a Abbott apóiam a ação.
A iniciativa tem o objetivo de levar a mensagem de conscientização e alerta aos médicos, pais, cuidadores de bebês e a população em geral para que um maior número de prematuros sejam imunizados durante o período crescente de sazonalidade (abril a setembro) dos vírus, em especial, o VSR.
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), pouco conhecido pela maioria das pessoas - principalmente se comparado ao enorme espaço dedicado pela opinião pública a outras viroses como o H1N1 e o vírus da Dengue – é o principal agente de infecções respiratórias em crianças menores de um ano de idade.

Realidade do prematuro
No Brasil, sete em cada 100 bebês nascidos são gerados antes de completar o período ideal de 37 a 40 semanas dentro do ventre materno. Como só nos últimos meses gestacionais o bebê completa o desenvolvimento do sistema imune e respiratório, as infecções podem acometer de maneira mais grave estes bebês. Cerca de 15% dos prematuros (menos de 35 semanas) são hospitalizados em decorrência de infecções causadas pelo VSR.
As doenças respiratórias são as principais causas de hospitalização e morte em recém nascidos prematuros, com ou sem doença pulmonar crônica. O risco de complicações e a taxa de hospitalização em conseqüência da infecção pelo VSR também é 10 vezes maior entre os prematuros do que naqueles nascidos de gestações completas. No primeiro ano de vida, em diferentes estudos no Brasil e no mundo, o principal agente envolvido em bronquites e pneumonias, independente da condição sócio econômica, é o VSR. O impacto da doença se correlaciona com o grau de prematuridade. A imunização é parte fundamental na continuada assistência integral à saúde do prematuro, com o intuito de prevenir doenças.
Para o Dr. Renato Kfouri, neonatologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), “é imprescindível a prevenção de doenças infecciosas na infância como parte de um esforço global de redução da mortalidade infantil no planeta (meta do milênio da OMS). Ao lado do aleitamento materno e da não exposição ao tabaco, a imunização é parte fundamental no controle e redução de doenças respiratórias como coqueluche, influenza, pneumonias e bronquiolites causadas pelo VSR. Imunizar é proteger”, alerta o especialista.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o crescimento do número de partos prematuros nos países desenvolvidos está ligado às mudanças da era moderna e ao movimento feminista. Hoje, as futuras mães trabalham fora e a maioria delas optam primeiro pela realização profissional, para somente depois da estabilidade financeira, engravidar e aumentar a família. O que acontece por volta dos 34 anos de idade fazendo com que o número de reprodução assistida, de cesarianas e de partos prematuros cresça consideravelmente.
Visando prevenir as doenças respiratórias e, principalmente, a contaminação com o VSR, a SBIM reforça a importância da adequada imunização, com datas e doses especificas, de acordo com seu calendário de vacinação específico para o prematuro. A campanha orienta ainda sobre a forma e periodicidade de imunização contra doenças como tuberculose, hepatite B, pneumonia, gripe, poliomielite, diarréia pelo rotavírus e as enfermidades cobertas pela vacina tríplice (tétano, difteria e coqueluche). Lançada a orientação, a pretensão é envolver todos os estados brasileiros durante os próximos meses, época de maior risco de proliferação das viroses respiratórias.

Concurso Retratos da Vida
Relatar a vida é relatar o amor...Amor entre mães e filhos, entre médicos, enfermeiras e pequenos pacientes. O amor que une, que nutre e que salva vidas. É nesta atmosfera que a segunda edição da “Campanha Prematuro Imunizado é Prematuro Protegido” promove o Concurso Fotográfico “Retratos da Vida”. A ação é direcionada aos profissionais de enfermagem que acompanham o dia-dia e as necessidades dos bebês prematuros.
A idéia é aproximar ainda mais a classe médica dos prematuros, e principalmente, alertar e conscientizar sobre os riscos que as doenças respiratórias podem causar, não somente na fase de maior risco, mas também no futuro. As enfermeiras serão agentes multiplicadores que irão promover uma ação muito além das UTIs e dos berçários, difundindo os princípios básicos da imunização adequada para o prematuro. Ao final da campanha as 3 melhores fotos concorrerão a prêmios.

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A campanha ainda irá percorrer importantes maternidades em todo Brasil realizando um trabalho de conscientização aos pais e a toda classe médica, através de material informativo e exposição de informações com médicos que esclarecerão dúvidas sobre a imunização adequada ao prematuro e o VSR.

Sobre a SBIM
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) nasceu como entidade apta a promover o agregamento das comunidades envolvidas com temas ligados a imunização e prevenção de infecções, promovendo a mobilização em prol da saúde, o respeito à ética, produção de normas, elaboração de regulamentos e trabalhos destinados a ampliar ações úteis à saúde pública. A SBIM se empenha em levar o conceito de vacinas para o profissional de saúde e toda a comunidade.