Raimundo Primeiro

As convenções acontecem e pipocam os bastidores políticos nas mais distintas regiões do Estado. Os dois nomes que polarizam o período eleitoral que se avizinha - Edison Lobão Filho (PMDB) e Flávio Dino (PCdoB) - arregimentam forças, os chamados apoios, principalmente de políticos, lideranças classistas e comunitárias. A palavra de ordem é juntar esforços em busca da consolidação de seus projetos em direção ao Palácio dos Leões, sede do Governo do Estado.
Em ano de eleições estaduais, é sempre assim: as manifestações de apoio dos aliados da base governista surgem, em sua grande maioria, de forma espontânea. Entretanto, em nível de Maranhão, agora em 2014, o quadro é adverso. A governadora Roseana Sarney (PMDB), reeleita, não pode mais concorrer ao cargo de chefe de Executivo maranhense. Por outro lado, o pré-candidato que ela vinha apoiando publicamente, o ex-secretário de Estado da Infraestrutura, Luís Fernando, desistiu do projeto de disputar as eleições para governador do Maranhão.
Com a desistência de Luís Fernando, comentários surgiram, inclusive em Imperatriz, sobre quem seria o candidato da governadora à sua sucessão. Uma forte incógnita permaneceu no ar e, obviamente, provocando indagações e questionamentos entre os maranhenses, notadamente nos maiores centros, São Luís e Imperatriz. Entretanto, os nós foram desatados sem dificuldades, não promovendo modificações radicais no cenário sucessório estadual.
O apoio que Lobão Filho, após convenção realizada na sexta-feira, ratificaram o peso da família no âmbito da política. Seu pai, ex-governador e ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), como ele costuma reafirmar, 'nasceu' politicamente na região tocantina. Aqui sempre recebeu expressiva votação.
Já o PCdoB, de Flávio Dino, realiza convenção estadual hoje, também em São Luís. No evento, foram definidos os candidatos que concorrerão nas eleições deste ano, que acontecem em outubro. São as coisas acontecendo naturalmente, sem 'tempestades' nem novidades. A ordem dos fatos ganhando curso, sem alterações. Pelo menos por enquanto, o processo sucessório maranhense apresenta-se dentro do que havia previsto alguns analistas da 'terra do frei'. Conforme diria o meu avô materno, o baiano Napoleão: "a água correndo na direção certa". Uma visão e tanto sobre a vida tinha ele!
Prefiro não opinar, por enquanto, sobre o que virá pós-convenções. Os tempos, só eles, é quem direcionam! Espero e torço, já que estamos em plena época de Copa do Mundo, que o comportamento dos candidatos ao Governo do Estado, principalmente eles, atuem com naturalidade. A democracia deve predominar, com propostas e vias palpáveis visando melhorias para o povo maranhense efetivamente sejam apresentadas até o momento de a população ir as urnas e, assim, votar no que realmente considerar melhorar em prol de um novo Maranhão.
Afinal de contas, "o Brasil precisa explorar com urgência a sua riqueza, porque a pobreza não aguenta mais ser explorada". A frase é do escritor Max Nunes, ex-redador do "Programa do Jô (Globo), falecido recentemente.

Consciência e calma, pois estamos apenas no começo do período que antecede as eleições.