Raimundo Primeiro
"O patrão do jornalista é o leitor". Na segunda-feira (7), principalmente na parte da manhã, a frase cunhada por Natalino Norberto, confirmou-se, quando várias pessoas, populares dos diversos setores da comunidade, abordaram-me na rua, quando me dirigia ao Centro, em cumprimento a minha rotina diária na condição de repórter, integrante da equipe do Programa "Repórter nos Bairros" (TV Anajás/Rede Vida, Canal 16) e de O PROGRESSO.
As pessoas, ávidas por informações, queriam saber detalhes sobre a desistência da pré-candidatura do ex-secretário da Infraestrutura do Estado, Luís Fernando (PMDB), a sucessão da governadora Roseana Sarney, que, nos últimos meses, teve seu nome trabalhado como pré-candidato do Grupo Sarney ao Palácio dos Leões.
Pois bem. Saí cedinho de casa, às 6h20, para iniciar minhas atividades profissionais da semana, cumprindo, antes, porém, alguns compromissos. Tomei café na Panificadora São Francisco, nas proximidades do Mercadinho Vicente Fitz, batendo um papinho com o proprietário, o boa praça Tonho, como é mais conhecido. Ele, como sempre, já estava 'ligado' nas notícias, assistindo aos noticiários das emissoras de televisão.
Assim que rumei em direção ao meu primeiro compromisso, no Palácio do Comércio e Indústria de Imperatriz (PCI), principalmente na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), as pessoas começaram a perguntar: "O candidato agora é outro, não é mais o Luís Fernando?" Assim, inicialmente, indagou-me o vendedor Carlos Alberto.
Mais adiante, nas proximidades do Camelódromo (Praça Tiradentes), na Rua João Lisboa, logo após o 1º Distrito Policial e a Diretoria Regional de Segurança Pública, novamente a pergunta veio à tona. "Acabei de ficar sabendo das mudanças no meio político, ou seja, o Luís Fernando não será mais o candidato da Família Sarney ao governo do Maranhão?".
Cerca de 30 minutos depois, após cumprimentar os colegas de Redação de O PROGRESSO, a conversa predominante era a mesma em outras partes de Imperatriz. Na Praça de Fátima, os analistas políticos da Banca do Chico já estavam discutindo o assunto no logradouro, inclusive promovendo estimulante e oportuno debate. O Vanderley WR disparava: "Eu não disse, há uns quatro meses, que o candidato seria um dos Lobões! (o pai e/ou o filho)". A exclamação chamava a atenção dos transeuntes, já que era feita alta e ressonantemente.
Interessante que isso acontecera na segunda-feira, justamente em 7 de abril, Dia do Jornalista, fazendo vir a baila, sem medo de incorrer em erros, que a imprensa, notadamente os jornais impressos, ainda cumprem importante papel, sobretudo entre os menos aquinhoados, a camada de menor poder aquisitivo da população, que, por meio dos informativos, fica sabendo dos acontecimentos que marcam o dia a dia do País e da cidade em que a mesma encontra-se inserida.
Os jornalistas, na segunda-feira, foram à pauta do dia. Souberam valorizar a data, reconhecendo ser necessário fazer ainda muito mais em prol do desenvolvimento do povo e do Maranhão de um modo geral. Continuei meu périplo. Tentei, mas não consegui conversar com meus colegas J. J. Rodrigues, devido a problemas na telefonia celular. Estávamos de folga, já que havíamos trabalhado no sábado. Tudo planejado.
O confrade Gil Carvalho, do Jornal a "Tribuna do Tocantins", estava fora de área. Tentava, assim, obter maiores detalhes, novidades, em torno do assunto, ou seja, esclarecer-me sobre os últimos acontecimentos. Assim, claro, poderia responder melhor as pessoas que continuavam abordando-me. Consegui. Acessei a Internet, a rede mundial de computadores, e consegui ler as notícias 'fresquinhas' sobre tema tão instigante. Pelo menos naquela movimentada manhã.
Levando em consideração outra máxima sobre jornalismo, vale enfatizar o que dissera Régis Debray: "Antigamente, quando você chegava com uma novidade a um diretor de jornal, ele piscava os olhinhos, esfregava as mãos e dizia entusiasmado: 'Ótimo, ótimo, vamos publicar já! Ninguém está falando nisso!'. Mas hoje, quando se chega a um diretor de jornal com uma novidade, ele faz um muxoxo de desprezo e diz: 'Isso não vamos dar. Não interessa. Ninguém está falando nisso".
O assunto, portanto, tem de ser explorado e, evidentemente, publicado, pois o público quer saber dos pormenores inerentes à política, notadamente ao processo sucessório estadual, já que o mesmo bate fortemente em nossas portas.
A política, ou seja, o pleito estadual, a disputa para o governo maranhense, ainda vai render muitos comentários. Estamos apena no princípio da coisa, mas os vaticinadores, os apostadores, os amantes da política, já estão conectados, fazendo suas previsões. Alguns, inclusive, apostando. Época de política é assim mesmo. E no campo político, como diz a máxima, até "boi avoa". E parafraseando Antonio Cánovas Del Castillo, "em política, o que não é possível é falso".
(rprimeiroitz@gmail.com)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14979
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