* Roberto Wagner

Já são conhecidos, sem desmentido de ninguém, os nomes que disputarão a prefeitura de Imperatriz. É claro, e nem precisa que se faça menção a tal supérfluo detalhe, que essas candidaturas somente serão oficializadas por ocasião das convenções. Até lá, portanto, só se têm pré-candidaturas. Formalidades à parte, o certo, insisto, é que os nomes que concorrerão a tão ambicionado cargo já são do pleno conhecimento do eleitorado daquela que carinhosamente é chamada de Terra do Frei. O que ninguém sabe, obviamente, é o nome do (ou da) pretendente que se sagrará vencedor, ou vencedora.
Numa análise superficial, o cenário não é dos piores. Ouso até dizer que é razoavelmente promissor, já que os nomes lançados são suficientemente capazes, se quiserem, de dar conta do recado. Afinal de contas, admitamos que administrar um município como o nosso, se não constitui tarefa das mais fáceis, certamente não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, a despeito dos recorrentes queixumes de que os recursos existentes não seriam suficientes e coisas do gênero, discurseira essa que, é bom que se diga, não consegue convencer absolutamente ninguém, já que, até por intuição, se sabe que, com o que há, pelo menos o mínimo pode ser feito. E bem feito, acrescente-se.
Mas se digo, sem qualquer hesitação, que os nomes que disputarão o cobiçado posto de prefeito de Imperatriz podem realizar, caso assim desejem, boas gestões, devo confessar, em contrapartida, que tem me assustado constatar que expressiva parcela dos “assessores” e “apoiadores” que gravitam em torno desses pré-candidatos não apresenta credenciais, técnicas e éticas, para ocupar cargos numa administração  efetivamente bem-intencionada.
Se você, cara leitora, caro leitor, raciocinar sem o ranço da paixão, creio que entenderá o meu receio. É que, como se sabe desde sempre, importantes cargos da administração costumam ser entregues a esses ávidos e vorazes “assessores” e “apoiadores”. Essa é, aliás, uma das razões pelas quais as gestões, quase que invariavelmente, terminam dando no que dão.
Dir-se-á que, desde que o mundo é mundo, as coisas são assim, ou seja, que aquele que se elege, seja a presidente da República, seja a governador ou seja a prefeito, simplesmente não tem como agir diferente; que, mesmo sabendo que, procedendo dessa maneira, quase nada de bom conseguirão fazer, não são capazes, imobilizados por acordos (geralmente inconfessáveis) assumidos durante a pré-campanha e campanha, de dar um basta nessa prática espúria, que, no final, só os levará à ruína moral, ao descrédito total, quando não a coisa ainda pior.
Que os nossos pré-candidatos a prefeito, para não caírem nessa vala comum, procurem se cercar de gente, na média, um pouco mais qualificada. Gente com boas ideias, com bons históricos de vida. Gente com reais condições de contribuir para que ele, prefeito, ou ela, prefeita, faça, e faça bem feito, o que o povo quer e precisa que se faça. Gente honrada, para resumir. Meditem, senhora e senhores pré-candidatos, sobre esse velho e utilíssimo provérbio chinês: “As más companhias são como um mercado de peixes; acaba-se acostumando com o mau cheiro”. Até a próxima.

Advogado*