Por DIÓGENES Dantas Filho

Este foi o justo desabafo do secretário de Segurança, JOSÉ MARIANO BELTRAME, do Estado do RIO DE JANEIRO, às vésperas das Olimpíadas e diante de sua enorme responsabilidade no cargo que vem desempenhando há cerca de nove anos.
Temos reiterado as inúmeras limitações e vulnerabilidades das Polícias Civil e Militar decorrentes, principalmente, da falta de recursos.
Os delegados chegam a reclamar da falta de papel para registro de ocorrências e da exiguidade de combustível para o cumprimento de numerosas e complexas missões. Há escassez, até, de material de higiene.
As aeronaves e carros blindados da Polícia estão parados.
No início do ano, o orçamento da Pasta era de R$ 11,6 bilhões e com o contingenciamento imposto pela situação caótica do Estado, caiu para R$ 7,88 bilhões. E as autoridades sempre disseram que nada faltaria, neste particular, por causa do próximo evento esportivo de repercussão mundial.
Estão brincando com fogo!
Os governantes e políticos, de todos os níveis e de modo geral, preocupados com holofotes da mídia e com a obtenção de votos, sempre relegaram a plano secundário os investimentos e as necessidades de custeio das Forças Armadas e dos órgãos de segurança pública. À semelhança do funcionalismo público, seus salários são exíguos e, no RIO DE JANEIRO, já começaram a ser pagos com atraso e somente após decisão judicial.
“Isto é uma vergonha!”, como diria o conceituado jornalista BORIS CASOY.
Por que, então, resolveram bancar a realização das Olimpíadas em nosso País? Não adianta fazer uma maquiagem temporária e dizer que tudo corre às mil maravilhas. Vários estádios caríssimos construídos para a Copa do Mundo de Futebol no BRASIL estão ociosos e se deteriorando por falta de manutenção. Vamos torcer para que isto não volte a ocorrer já que basta a tragédia da ciclovia na Avenida NIEMEYER.
O principal, no momento, é a segurança e, neste particular, nada pode faltar para que a neutralização de bandidos e terroristas seja, realmente, eficaz.
Recentemente, o governo francês desaconselhou a vinda de seus patrícios à antiga capital do País diante do festival de notícias desabonadoras, de toda ordem, que nos assolam.
O que devemos pensar quando um dedicado Secretário de Segurança chega a declarar que “já pensou várias vezes em largar o cargo”?
Outro complicador está na evolução do processo de impedimento da Presidente DILMA. O País continua inerte e tendo, na prática, dois Presidentes.
Qual será a situação em agosto próximo, diante de tanto radicalismo e de tantas ameaças dos partidários e simpatizantes do “EXÉRCITO de STÉDILE”?
Ainda bem que os militares sempre estiveram coesos e dispostos à manutenção da ordem e ao  cumprimento do dever. Servem à Pátria e não a governos.
Resta-nos torcer para que tudo corra bem e que os obstáculos sejam superados com a participação de todos e com proteção divina.

DIÓGENES Dantas Filho é Coronel R1 do Exército Brasileiro, ex-Comandante do 50º Batalhão de Infantaria de Selva (50º BIS) e Doutor em Planejamento e Estudos Militares.