Buracos continuam existindo
Mato alto divide as duas pistas

Hemerson Pinto

Fotos nos grupos de WhatsApp, no facebook, reclamações feitas nas rádios da cidade, até mesmo em programas voltados para o entretenimento, onde um dos ouvintes ligou para pedir música e aproveitou o espaço para denunciar o estado de uma das avenidas mais importantes da cidade. Nossa reportagem também recebeu reclamações.
Basta um passeio rápido pela Avenida JK, que liga a BR-010 ao bairro Nova Imperatriz, possibilitando acesso a bairros como Boca da Mata, Vila JK, Cinco Irmãos, Bonsucesso, entre outros, “que já foi uma avenida praticamente intrafegável e escura (à noite), se transformou em uma das avenidas mais bonitas, que atraiu muita gente em finais de tarde para fazer caminhadas, e agora volta a ser uma avenida cheia de problemas”, comenta a estudante Carla Maíra.
Ela lembra muito bem as vezes que acompanhou a mãe e a tia, que durante quase dois anos percorreram a avenida de uma ponta a outra “tentando perder alguns quilinhos”, como diz a jovem. “Hoje não tem como fazer isso. O espaço que era usado para as caminhadas está totalmente ocupado pelo mato, e mato alto, tão alto que de longe tira a vista bonita que a gente tinha de algumas árvores plantadas ao longo do canteiro central. Hoje um ‘matagal’ central”, reclama a moça.
Sem o canteiro central que servia como passeio público, os pedestres e amantes da boa caminhada do final da tarde ficam sem opções de tráfego, sendo que as calçadas são irregulares e, umas ou outras, ocupadas por obstáculos colocados pelos proprietários de residências e comércios.
A alternativa é andar na pista “perto do meio-fio. Aí você corre o risco de ser atropelado por um veículo desgovernado”, alerta o morador do bairro Boca da Mata, José Ribamar. Usuário frequente da Avenida JK, afirma que já viu muitos acidentes provocados pela tentativa de alguns condutores de desviarem de buracos.
“Já vi carro bater na traseira de carro ou de moto porque o da frente parou para não ‘cair’ no buraco. Já vi moto ‘tirando fino’ e até batendo o guidão no braço de pedestres que caminham ao lado da pista. Vi motoqueiro cair, vi motoqueiro andando com a moto por cima do canteiro para se livrar dos buracos e já vi carro estourar o pneu”, diz.
Dona Joana dos Santos mora no bairro Bonsucesso e a Avenida JK é o caminho escolhido para chegar em casa todos os dias. “Tenho que passar na casa da minha mãe que mora na Petrônio Portela, então venho pela JK, mas confesso que está cada vez mais difícil de andar por aqui”, reclama. O trecho da avenida próximo à rua onde a mora a mãe de dona Joana é um dos mais críticos em relação à quantidade de buracos.
“O medo é do inverno que parece que está chegando. Se começar a chover forte, vai piorar essa buraqueira e o mato vai ficar maior. Teve tempo de ser arrumada no verão, mas nada foi feito”, declara José Ribamar.