Em meio ao sol de 33º graus, a manifestação “Vem pra rua Imperatriz”, que adere ao movimento nacional por melhores condições de vida, lotou a Praça de Fátima em plena tarde dessa quinta-feira (20). Dentre os membros organizadores do evento, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) se fez presente em defesa da luta pela educação pública e de qualidade. O coordenador geral do sindicato, André Santos, a vice-coordenadora Rosyjane Paula e o secretário geral da instituição, Carlos Hermes, estiveram na manifestação juntamente com professores, alunos e pais.
A professora Rosyjane Paula defende a bandeira da educação e destaca a posição de um despertar de consciência da população em busca dos seus direitos. “Esse manifesto representa o novo brasileiro, um povo que saiu da inércia e do anonimato, e acredito ainda que esse olhar crítico para o todo da sociedade é o fruto do trabalho que tem sido realizado por milhares de educadores em todo o Brasil, nos mais diversos níveis de ensino. Enquanto educadores, lutamos por conscientização política, e hoje observamos que a semente germinou”.
Muitos estudantes chegaram fardados, outros resolveram pintar os rostos e teve até mascarados, o fato é que todos foram às ruas para manifestarem sua cidadania em defesa, também, da educação pública de qualidade. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 7 mil pessoas lotaram a praça e as principais ruas próximas ao local de concentração. Cartazes coloridos e bandeiras do estado do Maranhão e da pátria realçavam o cenário de protestos que dividia espaço com os mais diversificados grupos.
A manifestação, que durou cerca de sete horas, foi vista, de forma geral, como positiva, já que o prefeito Sebastião Madeira aceitou dialogar no dia seguinte (21) com líderes do movimento. De acordo com o jornalista Adriano de Almeida, o país está longe de ser modelo e revela os motivos de insatisfação que vão além da educação. “Há muita coisa no Brasil que precisa ser mudada. Eu estou muito orgulhoso da população de Imperatriz, do Brasil, me sinto feliz em fazer parte desse momento. Estamos na rua por mais educação, salários mais dignos para os professores, por um transporte público de qualidade e pela melhoria de todos os demais serviços públicos. Não é só por centavos, é por dignidade e cidadania”.
Dentre as reivindicações a professora Cláudia Macaraipe ressaltou alguns pontos como o pedido da “quebra do contrato com a [empresa de transporte público que detém a maioria das linhas na cidade, Viação Branca do Leste (VBL), investimentos na educação, saúde e o fim da corrupção política”. A educadora destacou ainda o momento em que a massa em uma só voz “ecoava palavras de ordem. O resultado foi uma manifestação comovente e contagiante pelas ruas da cidade, com uma grande multidão protestando em tom pacífico.” (ASCOM SINPROESEMMA)