Fernando Aquino
Dados da organização estimam que, entre os dias 22 a 25 de outubro, 400 estudantes da área da saúde de Imperatriz se reúnem na Universidade Federal do Maranhão e auditório da Secretaria Municipal de Saúde para discutir estruturação da atenção básica na região.
O evento conta com a participação de representantes do Ministério da Saúde, professores, especialistas, médicos, enfermeiros e outros agentes que compõem a rede de atenção básica em nível regional e nacional.
Os minicursos e oficinas também trabalham a especificidade da atenção primária. Os estudantes serão treinados, através de diversos pontos, a trabalhar com o melhor atendimento aos pacientes. "Precisamos entender que as formações do enfermeiro, médico, dentista e os demais profissionais de saúde devem obedecer às necessidades do paciente. Sem essa consciência, formaremos profissionais sem qualidade para o mercado", reforça a estudante Graziela Martins.
Imperatriz é uma cidade que recebe diversos pacientes de regiões próximas. O atendimento, geralmente, se concentra no Hospital Municipal (Socorrão) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). É comum que esses estabelecimentos estejam com a demanda acima da capacidade de atendimento, gerando lotação, falta de estrutura e a consequente desestruturação do sistema.
O enfermeiro Leonardo Cunha é doutorando em Saúde Coletiva pela IESC/UFRJ. Na palestra realizada na manhã de ontem, ele - através das experiências com outras estruturas da saúde coletiva - identificou um padrão de atendimento recomendado para o município e região. Leonardo também questionou o protagonismo por parte de quem cria as políticas públicas para saúde no Brasil. Segundo ele, elas precisam ser descentralizadas.
"O Sistema Único de Saúde foi adotado no Brasil por constituição, mas as pessoas que são responsáveis por gerir o sistema quase sempre não dependem dele. Eles brigam por políticas que não vivenciam. Como eu vou saber como funciona um sistema se eu não utilizo?", reforça o professor.
O evento acontece até sexta-feira, 25 de outubro. As palestras, que recebem o maior público, estão sendo realizadas no auditório da secretaria no período matutino. As oficinas e minicursos acontecem à tarde no Campus da UFMA, na Rua Urbano Santos, Centro.
Graziele, que também compõe a organização do evento, reforça o convite para os profissionais da saúde. "Se pudéssemos nivelar, a atenção básica é o início de um bom atendimento. Ela é a base para a saúde, por isso é tão importante discutir e propor soluções para esse campo".
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