Por Hatus Wallison Nogueira Fernandes
A história da humanidade sempre destacou como primazia que, o desenvolvimento social seria inerente à própria existência do individuo. Desta feita, quando surgiram as primeiras comunidades, tais como os sumerianos, a evolução da ciência desencadeou o surgimento das artes, a criação e o aperfeiçoamento da escrita, como ainda, o desenvolvimento da astrologia e etc.
Em ato contínuo, com o crescimento populacional conjugado com a concentração mitigada das cidades, havia um certo equilíbrio demográfico na sociedade. Ou seja, as pessoas habitavam normalmente os campos, praticando as atividades tipicamente agrícolas. Dessa forma, mesmo que ao longo da história possam ter ocorrido inúmeras tragédias, como epidêmicas, desastres naturais e outros, o impacto individual era tolerável. Posto que, como o individuo era seu próprio produtor, ele não dependia de forma voraz, da necessidade e dependência de outra pessoa.
Contudo, após a revolução industrial do século XVIII e XIX (18 e 19) houve uma explosão demográfica nas cidades. Nesta época o mundo não tinha sequer 1 (um) bilhão de pessoas, todavia, depois desse “bum” tecnológico, em pouco mais que 200 (duzentos) anos, o mundo contemplou mais de 7 (sete) bilhões de pessoas, as quais estão aglomeradas em cidades, e o pior, absolutamente dependentes uma das outras.
De fato, o desenvolvimento tecnológico é uma obra prima, que faz aflorar o quão poderoso é o ser humano. De outro modo, como o ser humano é falho, as suas criações também são falhas. Assim, para exemplificar, vamos elencar os pontos negativos do desenvolvimento tecnológico e econômico através de uma estória fictícia.
Veja –se.
“Em um planeta chamado Tebba, existiam seres hubanos criados por uma divindade celestial por nome de Arquiteto Universal. Estes seres hubanos viviam em um jardim por nome de Lêdem. Neste jardim, eles não tinham nenhuma preocupação com alimentação, vestimentas, desastres naturais, epidemias, e sobre tudo, a morte. Tudo isso era proporcionado pelo o Arquiteto Universal. No entanto, os seres hubanos não podiam comer do fruto do conhecimento, uma vez que, se comessem iriam ser expulsos, como ainda teriam que experimentar a morte. Em ato contínuo, por influência negativa, eles comeram do fruto proibido, e consequentemente foram expulsos do jardim, passando agora, a conhecer a morte. De outra forma, eles começaram a se desenvolver por conta própria. Assim, eles chegaram a criar uma tecnologia que conseguia viajar para fora do planeta, sem mencionar que monitoravam todos os habitantes por meio do celular. Porém, a maioria dos seres hubanos ficaram aglomerados em cidades, como ainda, totalmente dependentes da tecnologia, as quais eles se maravilhavam. Entretanto, em decorrência do modo de vida, e somente por causa disto, surgiu um vírus por nome de CARONA, o qual não tinha cura, tendo como única solução, o isolamento social. Com a aplicação da medida de isolamento, a maioria dos comércios, industrias, e prestadores de serviços fecharam, não gerando renda, desencadeando uma crise econômica global. Na mesma esfera, existiam seres hubanos afirmando que as atividades econômicas deveriam ser reabertas, pois do contrário, as consequências seriam mais devastadoras do que a própria proliferação do vírus CARONA. Ou seja, o estilo de vida escolhido pelo os seres hubanos não admitia, não tolerava, e acima de tudo, não se sustentava sem a manutenção da dinâmica veloz da tecnológica e da economia. Diante disso, os seres hubanos ficaram sem saída, posto que, eles tinham que escolher entre a vida e a economia, sem mencionar que, no estilo de vida adotado, a economia que mantinha a vida. Assim, para resolver tal conflito dogmático os seres hubanos se dividiam entre os que eram a favor da abertura das atividades econômicas, em face dos que eram a favor do isolamento. Diante disso, a maioria das autoridades atenderam ao isolamento social. Visto que, os que defendiam a abertura econômica, apesar de quererem a reabertura, todavia, não queriam se responsabilizar caso a pandemia se espalhasse. Ou seja, o grande problema que ocorreu, foi que ninguém queria ser responsável civilmente, criminalmente ou similar, caso, a reabertura econômica ajudasse a proliferar a propagação do vírus CARONA. Fim.”
Você percebeu nesse conto fantasioso, totalmente desconectado com a realidade, que o desenvolvimento ocorreu em virtude de uma desobediência, a qual gerou uma evolução científica brilhante, construindo um modo de vida confortável, porém, em determinada situação, se mostrou totalmente vulnerável.
É imperioso ainda salientar que, o estilo de vida fora adotado em decorrência dessa evolução tecnológica. No entanto, os seres hubanos se tornaram reféns, visto que, tudo tem um preço, e nesse caso, a praticidade retirou a privacidade, uma vez que, o próprio governo através do celular da pessoa, afirmava que monitorava se ela estava dentro ou fora de casa.
Ademais, o referido estilo de vida social adotado era totalmente irreversível. Ou seja, não era possível retroceder. Logo, a economia sustentava e mantinha a própria vida, e era tão quão essencial como a própria vida, exsurgindo , um paradoxo.
Por fim, esclarecemos que paradoxo é um conflito. Para elucidar citamos o jogo de sinuca, o qual por vezes, tem um conflito chamado de “sinuca de bico”, que surge quando o jogador não tem opção de tacada.
Todavia, e se essa estória acima estiver ocorrendo.
Questiona – se.
Você quer dar uma tacada de mestre, ficando com “bico sem sinuca”, ou “sinuca sem bico”?
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