A estocagem da areia será removida para outros locais

Em reunião tensa realizada na tarde dessa terça-feira (23) no Porto da Caema – local de estocagem de areia –, o titular da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Sepluma), Enéas Nunes Rocha, anunciou aos empresários associados da Coopertins que o local estava embargado e que eles teriam até o próximo sábado (27) para retirar da área a areia armazenada que é tragada diretamente das dragas aportadas no rio Tocantins.
A reunião foi acompanhada de perto por militares do 3º Batalhão de Polícia Militar e contou ainda com as participações do secretário municipal de Trânsito e Transportes (Setran), José de Ribamar Alves, o Cabo Jota Ribamar; o secretário de Governo, Hudson Nascimento; o ambientalista Domingos Cezar, que representou o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMMAM), diretores da Cooperativa e moradores da Rua Beta, que durante a manhã interditaram a rua.
Na ocasião, Enéas Rocha foi incisivo quando disse que cooperados da Coopertins não cumpriram um acordo feito em outubro do ano passado, quando eles se comprometeram em repor a mata ciliar no local, construir caixas para armazenagem da areia, transportar o material enxuto, além de fazer a manutenção das dragas em local adequado para não poluir o rio. “Nada disso foi feito”, explicou Enéas, ressaltando que a partir de agora não tem mais acordo, pois o local será interditado.
O titular da Sepluma afirmou, entretanto, que não é desejo da administração do prefeito Sebastião Madeira retirar o sustento de empresários e trabalhadores. “Para tanto, nós já entramos em contato com outros empresários, que possuem licença do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e que já estão construindo seus portos adequadamente, por cima do Iate Clube, ou por baixo da linha do IFMA, ambas fora do perímetro urbano”, explicou Enéas Rocha.
Num primeiro momento, houve resistência por parte dos diretores da Coopertins. Liderados pelo empresário José Araújo, eles não quiseram nem assinar o auto de infração no valor de R$ 15 mil imposto pela Sepluma. “Eles terão até 15 dias para recorrer desta decisão e mais quatro dias para retirar todo o material deste local”, afirmou Enéas, ressaltando que, como eles não possuem licença do DNPM, poderiam se unir a quem tem e estocar sua areia junto com eles.
Enéas Rocha garantiu que já conversou com esses empresários que estão na legalidade e que já estão construindo seus portos, a se unirem com os cooperados da Coopertins. “Vocês procurem eles para se realizar um acordo de cooperação de trabalho, que eles aceitarão, pois já acertamos com eles”, afirmou o secretário, amenizando que o prefeito Madeira não tem nenhum prazer de vê-los sem trabalho, assim como seus empregados. “O Ministério Público nos obriga a respeitar e obedecer a legislação”, justificou.
Em nome dos moradores da Rua Beta, a senhora Ivanice da Silva Alves explicou que os moradores de sua rua tomaram a iniciativa de interditar a rua porque os caminhões derramavam areia e esta provocava doenças respiratórias, principalmente nas crianças e idosos. “Além do que algumas casas estavam com as paredes rachando em face à proximidade da passagem dos caminhões. Os empresários do setor compreenderam o apelo da Secretaria do Meio Ambiente e os moradores comemoraram a decisão. (Comunicação)