A Praia do Cacau tem sido castigada pela ação das dragas

Domingos Cezar

A extração de areia no rio Tocantins, notadamente nas proximidades das praias do Cacau e do Meio, está infringindo a legislação e causando sérios danos ao meio ambiente. Essa ação vem preocupando os ambientalistas e a comunidade de uma forma em geral, que vem buscando, junto aos órgãos competentes, uma solução para esse problema.
A intensa movimentação de dragas, dia e noite transportando areia, muda completamente o cenário biológico, eliminando, dessa forma, a alimentação dos peixes, que migram para outras regiões, prejudicando a pesca. Pelo menos é isso o que pensa o professor José Dioclides, que representa o Ifma no Conselho Municipal do Meio Ambiente (Commam).
Para o técnico em som e iluminação, Francisco Silva, o Chico do Teatro, “alguma coisa tem que ser feita para coibir essa ação dos donos de dragas que estão acabando com nossas praias”. Por sua vez, o secretário e músico Antonio Araújo entende que a extração de areia deve existir para manter a construção civil, “mas tudo dentro da ordem e de acordo com a legislação ambiental”, alerta Araújo.
O promotor da Vara do Meio Ambiente, Jadilson Cerqueira, informa que as reclamações têm sido constantes por parte de pessoas da comunidade que se sentem inconformadas com o que elas consideram uma extração ilegal da areia das praias. O promotor afirma que as denúncias têm sentido, uma vez que muitos extratores de areia não estão respeitando a legislação ambiental.
Jadilson Cerqueira garantiu que a Promotoria do Meio Ambiente vai fiscalizar com mais rigor a ação dos proprietários de empresas que extraem areia e seixo das águas do rio Tocantins. “Vamos começar pela documentação dessas empresas, para que possamos saber se elas possuem a autorização dos órgãos municipal (Sepluma) e federal (DNPM), para que então possamos multá-las ou até mesmo cassar seu registro”, afirma o promotor.
Questionado sobre o assunto, o novo titular da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Sepluma), advogado Cleto Vasconcelos, disse que não vai tolerar desrespeito às leis ambientais. “Ainda esta semana vamos nos reunir com os proprietários das empresas extratoras visando adequá-los à legislação municipal, pois vamos agir com rigor contra as empresas que burlam as leis”, concluiu Vasconcelos.