O Programa Brasil Mais Produtivo, idealizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), com iniciativa do governo federal, coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), melhorou a produtividade das pequenas e médias empresas do setor industrial maranhense em média 73%, índice maior que o nacional que ficou na casa dos 50%, a partir de correções rápidas no processo produtivo.
Lançado em junho de 2016 no Maranhão, o programa alcançou números significativos em indústrias do setor moveleiro e mais recentemente no setor de vestuário e alimentação de Imperatriz e São Luís.
Em todo o Estado, 26 empresas foram beneficiadas com o programa, sendo que 13 do setor de vestuário, 10 do setor de movelaria e 3 do setor de alimentação, sendo que 23 já concluíram a participação. Nesse grupo, nenhuma empresa teve resultado abaixo da meta de aumento de 20% na produtividade. Na média, o crescimento foi de 73%, mas uma empresa do setor de vestuário com sede em São Luís registrou expansão de 293% na produtividade na área que recebeu o atendimento. Vale ressaltar que o programa contou com o apoio do Sindicato das Indústrias de Malharia e Confecções de Roupas em Geral do Estado do Maranhão (SINDIVEST) na indicação de algumas empresas.
Para a empresária Gerlysse de Almeida Loyola, da Malharia Eggos, a empresa obteve êxito no programa pelo envolvimento de toda equipe que entendeu o projeto. “A interação e o relacionamento com os funcionários melhorou de forma significativa a produtividade. Foi interessante perceber que tínhamos perda de tempo e de material na produção que foram corrigidos e a repercussão disso foi satisfatória para funcionários e para a empresa”, destacou Loyola.
Durante o processo de consultoria, a metodologia usada pelo SENAI foi a de ‘manufatura enxuta’ (lean manufacturing), que trabalha a redução de sete tipos de desperdícios mais comuns no processo produtivo: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos.
“São intervenções que acontecem nas empresas e que têm promovido resultados surpreendentes desde a sensibilização dos trabalhadores ao aumento de desempenho de produção e produtividade por meio de implementações no layout e fluxo de produção que agem diretamente na redução de desperdícios de tempo, retrabalhos, movimentos e outras práticas rotineiras que passam despercebidas e, que impactam na eficácia da produção”, destaca a consultora do SENAI, Jacirene França.
Além disso, para obter a ampliação da produtividade, avaliam excesso de estoque, disposição inadequada dos espaços de trabalho, falta de organização de peças e insumos, como ferramentas, e ausência de padronização de cada etapa de montagem.
“São apenas três meses de intervenção, totalizando 120h de consultoria especializada do SENAI, de ordem prática, rápida e simples, com foco nos problemas produtivos. Esse é um excelente instrumento para aumentar a competitividade, especialmente neste momento de crise”, destaca o diretor regional do SENAI, Marco Moura.
“Com essa consultoria nós focamos na parte de produção da empresa, até porque essa é a proposta principal do programa e identificamos alguns gargalos principalmente no final do nosso processo de costura, que nós chamamos aqui de acabamento, ou seja, a nossa célula de produção conseguia fazer um trabalho considerável dentro do setor, porém existia um gargalo nesse processo onde no final do dia tínhamos costurado X peças, mas não tínhamos X peças para entrega, ou seja, o acabamento não conseguia dar vazão, na verdade, para a produção das costureiras”, enfatizou o empresário Leonardo Leocádio, da Malhas Kids de Imperatriz que ressaltou ainda a capacidade dos consultores do SENAI de entender o negócio, possuírem conhecimento sobre o negócio e a forma de trabalhar e melhorar os aspectos dentro desse formato proposto pelo programa.
O Programa Brasil Mais Produtivo pretende aumentar a produtividade de 3 mil empresas até o fim de 2017 em todo o país.  O Brasil ocupa o penúltimo lugar na classificação geral de competitividade em um ranking de 18 países, à frente somente da Argentina. O resultado está no estudo Competitividade Brasil 2016, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado no primeiro trimestre de 2017.
O Brasil Mais Produtivo é coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e executado em parceria com o SENAI, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Além disso, conta com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
IRONMAN – Fazendo uma analogia ao triathlon, o Departamento Nacional do SENAI adotou uma estratégia para o Brasil mais Produtivo (B+P) com o objetivo de estimular os Departamentos Regionais no fechamento de novos contratos e na conclusão dos atendimentos já iniciados dentro do Programa Brasil Mais Produtivo(B+P). Os primeiros colocados seriam, então, premiados. Os 28 Departamentos Regionais – um em cada Estado, com exceção do Rio de Janeiro que conta com dois – foram divididos em três grupos, ficando o Maranhão no primeiro. Foram seis meses de intenso trabalho e o SENAI-MA terminou a primeira etapa – natação – em quinto lugar no seu grupo, mas, conquistou o primeiro lugar nas outras duas, o que garantiu o 1º lugar no Brasil, ou seja, o primeiro entre os 28 DRs participantes dos três grupos.
Expansão do programa – Está prevista para novembro/2017 a expansão do programa Brasil Mais Produtivo, com foco em eficiência energética. O programa passará a oferecer consultoria a empresas com foco nesse segmento, buscando reduzir custos e desperdícios de energia no processo produtivo.
Nesta fase, serão investidos R$ 8 milhões, em âmbito nacional, em recursos provenientes de parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e também do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
“Melhorar a produtividade é melhorar a competitividade de nossas empresas. Neste sentido, a expansão do Brasil Mais Produtivo, em eficiência energética, é um salto extraordinário no programa. É uma importante iniciativa do governo para que a indústria brasileira seja cada vez mais competitiva no mercado externo”, disse o presidente da FIEMA, Edilson Baldez das Neves.