No próximo sábado (28), o Brasil se mobiliza em torno do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. Pensando nisso, a Prefeitura realiza hoje (25), no Complexo de Saúde do Parque Anhanguera, um seminário abrindo a programação municipal da campanha.
Dentro da programação desenvolvida pelo Programa Municipal de Hepatites Virais, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) realiza cinco palestras. A primeira, às 14h, tem como tema a “Nutrição do paciente com Hepatites Virais”, ministrada por Denusia Alves. Às 14h40, é a vez de Milena Abreu Franco e Betânia Abreu Bandeira tratarem sobre os “Exames laboratoriais”. Mais tarde, às 15h20, os “Tipos de Hepatite Virais e formas de transmissão” serão apresentadas por Maria Albetiza Souza.
Às 16h20, Lucinda Veras Miranda Sousa debate com o público sobre a “Assistência farmacêutica”. Por fim, às 17h, Claudia Regina Andrade Arrais encerra as atividades do dia exibindo os “Dados epidemiológicos e gestão”.
A programação continua no sábado. Neste dia, das 8h às 10h, acontece um Pit Stop na avenida Dorgival Pinheiro Sousa, próximo às Lojas Economia, no centro da cidade.
De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Hepatites Virais, Cláudia Arrais, o programa municipal está em fase de estruturação na cidade, com a formação do corpo técnico e estruturação de gestão. Ela explica, no entanto, que “devido ao crescente número de casos das hepatites virais na sociedade, faz-se necessária a preocupação e discussão de políticas públicas que retratem o problema, razão pela qual foi formulada esta programação do Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais. Na ocasião, apresentaremos a equipe do programa, juntamente com a Organização da Sociedade Civil [OSC]”.
Importância do diagnóstico precoce
Há dois anos, Humberto Silva, 46 anos, descobriu que tem hepatite C. O diagnóstico mostrou, de imediato, uma cirrose, estado avançado da doença. Os médicos não souberam dizer quando houve a infecção, mas supõe-se que foi ainda na infância, quando passou por uma cirurgia. “Não sentia nada. A hepatite fica hospedada na pessoa e vai acabando com o fígado dela aos poucos, sem que ela perceba”, disse Silva, que preside a Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite.
Assim como Humberto Silva, milhares de pessoas em todo o mundo têm a doença e não sabem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de dois bilhões tenham sido infectados pelas hepatites virais e um milhão morra por causa da doença a cada ano. O vírus é de 50 a 100 vezes mais infeccioso que o HIV.
As Hepatites A e E são transmitidas por meio do contato com indivíduo, água ou alimento contaminado com o vírus. Está relacionada à falta de higiene e de saneamento básico. Já as Hepatites B e C são transmitidas por relação sexual desprotegida, da mãe para o filho durante o parto, pelo uso compartilhado de seringas, lâminas de barbear, alicates de unhas e objetos cortantes, assim como os usados em tatuagem e piercing, e por transfusão de sangue infectado.
As autoridades no assunto chamam atenção para a importância do diagnóstico precoce dessa epidemia silenciosa. Na maioria dos casos, os sintomas não aparecem e, quando ocorrem, podem ser um sinal de que a doença já está na fase crônica. Os mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
A pessoa não se reconhece doente. Por ser uma doença silenciosa, o diagnóstico é muito difícil. Além disso, o consumo de álcool e a obesidade contribuem para evolução mais rápida da doença. Sem saber da doença, aumenta o risco da inflamação no fígado agravar-se e provocar danos mais graves à saúde, como cirrose ou câncer. (Comunicação)
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