Melhorar a qualidade dos serviços prestados à população de Imperatriz. Foi com esse objetivo que a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) anunciou, na manhã da última quarta-feira (3), a suspensão de parte dos serviços prestados à população de outros municípios. Entre os procedimentos estão as consultas a especialistas e a realização de exames laboratoriais e de cirurgias eletivas, procedimento cirúrgico em que não há urgência. A ideia é que, a partir de agora, sobrem mais recursos para atender aos imperatrizenses.
Em entrevista concedida no início da manhã de ontem (5), o subsecretário de Saúde de Imperatriz, Arnaldo Alencar, explicou que a expectativa da Semus é que a população local sinta os reflexos desta decisão ainda este ano. “Eu creio que em torno de 90 dias já estaremos no trilho. A Semus acredita que, agora, pode ser que sobre dinheiro para melhorar nossas ações”.
O sistema de saúde de Imperatriz, já há algum tempo, é motivo de especial dedicação da Prefeitura Municipal. Durante o Seminário Regional de Lideranças, por exemplo, o prefeito Madeira elegeu a área como a principal demanda do município, ao lado da infraestrutura. O evento aconteceu no último mês de julho.
Para o superintendente do Sistema de Regulação (SisReg), Irisnaldo Félix, a atitude é uma prova do compromisso da Prefeitura em dar um atendimento de qualidade à população da cidade, cumprindo com a sua obrigação. “O que estamos fazendo é priorizando Imperatriz. Para a população de Imperatriz, o prefeito [Madeira] determinou que não vai suspender nenhum exame, vai manter o que é de sua obrigação, que é [atender] a população de Imperatriz”, garantiu.
O atendimento de urgência e emergência, realizado no Hospital Municipal de Imperatriz, não será suspenso. No local, a Secretaria de Saúde garantiu que o atendimento permanece inalterado.
Procissão
O subsecretário de saúde de Imperatriz, Arnaldo Alencar, lembrou-se, ainda, da expressão usada pelo ex-governador Jackson Lago. Segundo ele, Imperatriz vem atendendo a pacientes que poderiam ter seus problemas resolvidos nos municípios de origem. “É o que o dr. Jackson [Lago] dizia: há uma procissão de ambulâncias [para Imperatriz]. Ele [prefeito de outro município] que contrate o médico; busque o apoio do estado, que está dando apoio; busque o apoio da Rede Cegonha, de Brasília, que o que a Dilma quer é isso; ele que saiba fazer a gestão deste recurso, que vai resolver 90% dos problemas do seu município. Que não fique mandando para cá situações que podem ser resolvidas lá, no seu município. Que mande para cá somente aquilo que ele não resolve”, disse Alencar.
Arnaldo Alencar explicou, ainda, que o Ministério da Saúde envia recursos a todos os municípios. Este dinheiro deve ser investido em seus respectivos municípios. O subsecretário defende que, em caso de enviar os pacientes para Imperatriz, os prefeitos devem pagar as contas de atendimento.
Esta é a mesma opinião do superintendente do SisReg. Ele esclareceu que os municípios vizinhos enviam recursos, mas que o valor é insuficiente. “Ano passado tivemos um déficit de cinco milhões. Quem vai pagar esse dinheiro? São estes municípios? É o estado? É o Ministério [da Saúde]? O que eu acho injusto é a população de Imperatriz pagar. Não tem condição”, finalizou Irisnaldo.
Estima-se que, atualmente, mais de 40 municípios utilizem os serviços de saúde de Imperatriz, sobrecarregando o atendimento local. Os pacientes que tiveram seus procedimentos cirúrgicos autorizados antes da decisão da última quarta-feira serão atendidos normalmente. (Comunicação)
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