O seminário “Infância Indígena: um diálogo entre culturas”, que ocorreria nos dias 10 e 11 de novembro, em Imperatriz, foi adiado para o mês de março de 2012, sem data definida, por enquanto. A transferência foi motivada pela recente mobilização indígena que ocupa a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) do referido município. Os índios das nações Krikati, Gavião e Guajajara reivindicam mudanças na política indigenista estatal para a região, inclusive o afastamento dos coordenadores regionais da Funai. Solicitam também a regularização fundiária das terras indígenas, entre outros pedidos.
“As reivindicações dos índios são justas, mas temos o receio de que o foco do seminário fique em segundo plano diante das demandas do movimento. Além disso, o evento poderia ocorrer sem a presença das principais lideranças indígenas”, explicou a promotora de Justiça Márcia Moura Maia, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CAOp/IJ), sobre o adiamento do encontro.
Organizado pela Rede Maranhense da Primeira Infância, o seminário, cuja temática é inédita no Maranhão, tem o objetivo de conhecer mais de perto a realidade das crianças indígenas, bem como monitorar e avaliar as políticas públicas destinadas a esse segmento. O Ministério Público do Maranhão, por meio do CAOp/IJ, integra a rede, que é composta ainda por um conjunto de organizações governamentais e não-governamentais, da sociedade civil, do setor privado e de outras instituições multilaterais que atuam na promoção e defesa dos direitos da primeira infância, que agrega crianças de 0 a 4 anos.
Segundo Márcia Moura Maia, o seminário pretende privilegiar um setor da sociedade que, em geral, não é bem atendido pelas políticas públicas, como as comunidades indígenas. “A ideia é abordar temas vinculados às políticas de saúde, educação e assistência. Problemas como a oferta da merenda e do transporte escolares devem ser debatidos”, ressaltou a promotora de Justiça. (Eduardo Júlio - CCOM/MPMA)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14246
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