O curso é uma ação muito positiva, que teve como iniciativa a procura dos próprios alunos

A inclusão e acessibilidade são processos que devem estar presentes em todos os espaços sociais. Tendo em vista essa necessidade, a Secretaria Municipal de Educação, Semed, ministra aulas da Língua Brasileira de Sinais, Libras, a uma turma de 30 alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão, UFMA. Desde agosto deste ano, professores intérpretes do Setor de Inclusão e Atenção a Diversidade, Siadi, da Semed realizam esse curso com os futuros médicos.
Com carga horária total de 120h, aulas acontecem todos os sábados na UFMA. O formato do curso possui abordagens diferentes e requer especificações distintas. A professora intérprete de Libras da capacitação, Clenilda Noleto da Silva, comenta que as estratégias e metodologias são todas voltadas para a área da saúde. "Nas aulas, eles vivenciam situações nas quais irão atender uma pessoa surda e tudo isso em Libras", explicou.
Para a coordenadora do Siadi, Leila Lopes, o curso é uma ação muito positiva, que teve como iniciativa a procura dos próprios alunos. "A inclusão deve ser além da escola, em ambientes e contextos diversos, pois assim é a sociedade. Os sujeitos surdos também precisam dos serviços de muitas áreas", afirmou.
Geralmente, cursos de Libras tendem a possuir uma carga horária de 40h apenas. Na formação oferecida pela Siadi, o tempo triplicou, dando a possibilidade de um maior aprofundamento nas temáticas. Os alunos passam pela parte teórica, onde conhecem um pouco da história da educação para surdos e as leis vigentes no Brasil. Aprendem sobre a cultura e identidade da comunidade surda, e também a gramática da Libras. Porem, o grande foco são as situações práticas, de atendimento da pessoa surda.
A estudante do 8º período de Medicina, Ane Caroline Chaves Lima Menezes, acredita que aprender Libras é de extrema importância, mas não apenas para os profissionais da área da saúde. "Participar desse curso vai me capacitar ainda mais para lidar com qualquer situação que surgir. Vai facilitar a comunicação efetiva com a comunidade surda, evitando problemas futuros", disse. (Ariel Rocha-Ascom)