No período de 16 a 20 de maio, o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) encabeçou a Campanha de mobilização de Combate e Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Encerrada na sexta-feira (20), a campanha mobilizou centenas de crianças, pais e pessoas da comunidade que por meio de palestras educativas conheceram de forma mais profunda uma problemática enfrentada por muitas famílias em Imperatriz.
A programação com palestras, caminhadas e panfletagens ocorreu durante todos os dias focada em pedir um basta à violência; a pulverizar a temática da campanha: "Quem ama protege, quem protege denuncia!" e contou com a parceria da Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher, Conselhos Tutelares, Ministério Público, Vara da Infância, Defensoria Pública, Secretaria de Saúde e Armazém Paraíba.
As atividades foram realizadas em vários pontos de Imperatriz, com início no polo do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na Vila Vitória, passando pelos polos dos bairros São José, Vila Independente, Vila Conceição II, na Zona Rural no povoado Olho D'Água, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Bom Jesus e encerrando a programação no CRAS Santa Lúcia. Toda a mobilização teve por objetivo educar, orientar, informar e conscientizar crianças e adultos contra a violência sexual.
Os altos índices de violência acometidos contra crianças e adolescentes no ano de 2016 também foram apresentados durante a programação. Até o dia 30 de maio, foram registrados 59 casos de Abuso e Exploração Sexual, o que representa 20% dos casos registrados em 2015. São estatísticas que assombram a rede de proteção dos diretos da criança e do adolescente.
A coordenadora do Creas, Jucilene Reis, faz um balanço sobre a Semana afirmando que superou as expectativas, tendo em vista que as ações foram bem planejadas, abrangendo pontos estratégicos e finalizada com resultados positivos. "Nosso público este ano foi bem maior, com muitas pessoas da comunidade, com muitas crianças que precisam de informação, o que possibilitou que a informação se espalhe, atingindo a comunidade em geral", disse.
Ela relembra ainda que os casos de abuso e exploração sexual em Imperatriz, em sua maioria, ainda têm o genitor ou a figura paterna como o principal agressor. "É um crime escondido, uma vez que o maior índice de violência está acontecendo dentro da própria família. E isso não pode acontecer, justamente porque é a família a principal responsável por garantir a proteção da criança e do adolescente", disse.
O vice-presidente do Conselho municipal dos direitos da Criança e do adolescente, Júlio Mourão, enfatizou que a Semana de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual contra crianças e adolescentes serviu para intensificar e apresentar à cidade o trabalho que é desenvolvido rotineiramente através da rede de proteção e, sobretudo, para mobilizar a sociedade. "Temos que nos mobilizar sempre contra a violência. É responsabilidade de todos nós não sermos coniventes com a violação de direitos que sofrem as crianças. O cuidado com as crianças e adolescentes não é só do poder público, é, sim, de toda a sociedade", destacou.
Para mudar a realidade de Imperatriz em relação à violência contra a criança e o adolescente, basta uma atitude simples, denuncie! Qualquer pessoa pode denunciar, basta ligar ao Disque 100 ou procurar uma das duas unidades do Conselho Tutelar do município. (Sara Ribeiro - ASCOM)
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