Vigilantes buscam apoio do sindicato para receber salários

Hemerson Pinto

São dois meses de salários atrasados e quatro sem receber o vale alimentação. Ao todo, são 76 vigilantes de escolas estaduais de Imperatriz e cidades vizinhas com atividades paralisadas desde a manhã da última quinta-feira. Reunidos na sede do sindicato da categoria, no Centro, eles decidiram retornar ao trabalho somente após o posicionamento do Governo do Estado, que até aquele momento não havia se manifestado.
A prestação de serviços no setor de segurança das escolas da rede estadual é de responsabilidade da empresa SH Vigilância, contratada pelo Governo do Estado. O Sindicato dos Vigilantes afirma que a empresa, mesmo sem receber repasses do governo, vinha honrando seus compromissos com os trabalhadores até anunciar que não tinha mais recursos para isso.
Precisando receber sete faturas da Secretaria de Estado da Educação, referentes a serviços prestados, e mais duas repactuações de contratos (o que equivale a cerca de R$ 2 milhões), a SH Vigilância não teve outra alternativa a não ser deixar de realizar o pagamento dos trabalhadores.
Ao cobrar providência do Governo do Estado, o Sindicato dos Vigilantes foi informado de que o contrato com a empresa havia sido encerrado, mas a entidade teve acesso à cópia do contrato que, na verdade, foi renovado em novembro e tem validade até o dia 02 de julho de 2016.
“Fizemos assembleia geral na semana passada e decidimos estipular um prazo à empresa e estado para apresentarem alguma solução. O prazo era até a sexta-feira passada e ninguém se manifestou. Então, deflagramos a greve, que começou dia 14. O estado deve sete faturas à empresa e a empresa deve dois meses de salários e quatro de ticket alimentação ao trabalhador”, explica o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Jonas Rodrigues.
Em conversa com nossa redação e pedindo para não serem identificados, dois vigilantes de escolas estaduais em Imperatriz revelaram que há cerca de um ano estão trabalhando sem armas e sem coletes, desde o episódio em que um colega teve a arma levada por bandidos num assalto no seu local de trabalho.
“As armas foram recolhidas e ficamos usando o colete. Um dia uma colega foi abordada por ladrões dentro da escola no seu plantão. Ela usava somente o colete e até os ladrões acreditarem que ela não tinha arma, ela passou muito sufoco, sozinha nas mãos deles. Então, entendemos que sem armas é melhor não usarmos o colete”, revelou um dos vigilantes.
O Sindicato dos Vigilantes lembrou que no ano de 2015 houve redução no quadro de vigilantes e várias escolas que antes tinham até dois vigilantes por plantão ficaram com apenas um. A greve é por tempo indeterminado.