Ao avaliar o trabalho realizado pelo Programa de Atenção Integral à Saúde do Homem, o coordenador do setor no município de Imperatriz, Genivaldo Carvalho Moraes, afirmou que os homens têm dificuldade em reconhecer suas necessidades, cultivando o pensamento mágico que rejeita a possibilidade de adoecer.
Além disso, a título de estatística de procura, os serviços e as estratégias de comunicação privilegiam as ações de saúde para a criança, o adolescente, a mulher e o idoso.
Por isso, foi montada uma estratégia pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Atenção Básica, para priorizar também as ações preventivas para a Saúde do Homem de Imperatriz, com base na humanização e visando estimular o autocuidado. Além disso, outro ponto igualmente assinalado como preocupante a ser solucionado é a sistemática de acesso aos serviços assistenciais para marcação de consultas, que, muitas vezes, causam a “perda” de um dia inteiro de trabalho, sem que necessariamente tenham suas demandas resolvidas em uma única consulta.
Segundo Genivaldo Moraes, “o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de saúde por meio da atenção especializada tem como consequência o agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o sistema de saúde do município”. Isso quer dizer que é necessário fortalecer e qualificar a atenção primária garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos agravos evitáveis.
Vários estudos comparativos, entre homens e mulheres, têm comprovado o fato de que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, e que morrem mais precocemente que as mulheres.
“Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária”, revela o coordenador da Saúde do Homem em Imperatriz. Para ele, “a resistência masculina à atenção primária aumenta não somente a sobrecarga financeira do município, mas também o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família, na luta pela conservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas”.
Dados alarmantes - A Política de Atenção Integral à Saúde do Homem se estabeleceu mediante um recorte estratégico da população masculina na faixa etária de 25 a 59 anos. Isto não deve configurar uma restrição da população alvo, mas uma estratégia
metodológica. Este grupo etário corresponde a 41,3% da população masculina ou a 20% do total da população do Brasil. Ele corresponde à parcela preponderante da força produtiva, e além do mais exerce um significativo papel sociocultural e político.
De acordo com Genivaldo Moraes, “aproximadamente 75% das enfermidades e agravos dessa população está concentrada em cinco grandes áreas especializadas: cardiologia, urologia, saúde mental, gastroenterologia e pneumologia”.
O câncer da próstata, por exemplo, é uma doença que geralmente apresenta evolução muito lenta, de modo que a mortalidade neste caso poderá ser evitada quando o processo é diagnosticado e tratado com precocidade.
O uso abusivo do álcool é responsável por 3,2% de todas as mortes e por 4% de todos os anos perdidos de vida útil. Avaliar os determinantes sociais de vulnerabilidade do homem para os problemas com o álcool torna-se, assim, imperioso para a construção de ações efetivas de prevenção e promoção da saúde mental deste segmento. Na medida em que o uso do álcool, como apontam diversos estudos, está sendo iniciado cada vez mais precocemente por homens e mulheres, as ações de promoção e prevenção para jovens e adolescentes também merecem mais investimento e monitoramento.
Promover na população masculina, conjuntamente com o Programa Nacional de DST/AIDS, a prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV também faze parte das estratégias estabelecidas pelo Programa de Saúde do Homem em Imperatriz.
As empresas instaladas no município são alvos frequentes de palestras feitas pelo coordenador Genivaldo Moraes. Os temas abordados vão desde o câncer de pênis, passando pelo câncer de próstata até as doenças sexualmente transmissíveis. Tudo em nome da prevenção. (Comunicação)