Lucinda Veras Miranda Souza, da equipe do Programa Municipal de Hepatites Virais

Na última quarta-feira (25), a Secretaria Municipal de Saúde, através do Programa Municipal de Hepatites Virais, realizou, no Complexo de Saúde do Parque Anhanguera, seminário para discutir um grave problema de saúde pública que afeta cerca de 500 milhões de indivíduos no Brasil, sendo que o índice de infecção está em torno de 3 milhões de casos para a hepatite C, enquanto estimadamente 4 milhões de indivíduos são atingidos pelo vírus da hepatite B.
Atualmente, Imperatriz já disponibiliza o tratamento para as hepatites B e C crônicas. No momento, estão cadastrados e realizando o tratamento 26 pacientes com hepatite B e 27 pacientes com hepatite C, todos crônicos. O medicamento é um componente especializado da Assistência Farmacêutica e disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Para isso, existe um trâmite burocrático, que começa por uma bateria de exames, acompanhado pela médica infectologista Iris, que acompanha os pacientes de Imperatriz. Depois disso, é montado o processo, feita uma pré-análise em Imperatriz. Esse tratamento depende da aprovação deste processo em São Luís. Esse trâmite dura cerca de dois meses. Os pacientes fazem os exames e são encaminhados para São Luís, onde são outra vez analisados. O Ministério da Saúde pede até dois meses para disponibilizar os medicamentos, em fase final.
Segundo a palestrante Lucinda Veras Miranda Souza, essa medicação requer todos os cuidados, seguindo à risca a orientação do médico e do farmacêutico, porque apresenta muitos efeitos colaterais, onde o paciente precisa do acompanhamento da equipe multidisciplinar. “Atualmente, com a implantação pela Secretaria de Saúde do Município de Imperatriz (Semus), esse Programa de Hepatites Virais vai beneficiar muito a população porque, no programa, além do médico, tem o enfermeiro, a nutricionista, o assistente social, o farmacêutico, além das bioquímicas, que vão dar todo esse suporte para esses pacientes”, disse Lucinda Souza.
Tratamento
São variáveis os tratamentos, como por exemplo, na genotipagem, no qual se vê o genótipo desses vírus que acometem os pacientes com hepatite. O tempo pode variar de 24 até 72 semanas. De acordo com Lucinda Souza, o médico vê o perfil do paciente, bem como o tipo de tratamento a ser utilizado. Além de tudo, essa medicação pode ou não curar o paciente.
Após todo o trâmite burocrático para a aquisição do medicamento e sua consequente liberação é que a equipe de atenção básica e multidisciplinar desempenhará o acompanhamento dos portadores de hepatites virais em tratamento. Estratégias de ações coletivas para condução do tratamento medicamentoso são comprovadamente eficazes se comparadas a um tratamento no qual o indivíduo portador desta patologia crônica encontra-se sozinho diante de tantas variáveis que influenciarão sua qualidade de vida neste período. Ao tratar-se de ações coletivas, fala-se da atuação de uma equipe multidisciplinar cujo objetivo é facilitar e aumentar a adesão do paciente ao tratamento. Os profissionais envolvidos, cada um na sua área de atuação, visam um tratamento mais eficaz, pois tratam de aspectos relacionados não somente à ação farmacológica e farmacocinética do medicamento administrado, mas também de uma visão abrangente de todo o ambiente criado em volta daquele paciente devido ao acometimento da patologia. A atuação do médico, do enfermeiro, do farmacêutico, do psicólogo, do assistente social, entre outros, deve trazer, de acordo com as possibilidades inerentes a cada serviço, benefícios que serão observados em curto e em longo prazo.
O apoio familiar e a inserção do portador em um grupo de ajuda, que atualmente no Brasil somam oficialmente em torno de 80 grupos, também servem de suporte para o enfrentamento da doença, pois fortalecem o lado emocional e moral do portador. (Comunicação)