A coordenadora do Caps AD de Imperatriz, Patrícia Queiroz

Muito se fala nos problemas relacionados à cocaína, ao crack, à maconha. Nos últimos anos, o tabaco também passou a ser considerado um problema: câncer! Enquanto isso, o álcool segue incólume, mais relacionado à festa, à praia e à mulher bonita. Entretanto, a comunidade médica - e os cofres públicos - bem sabe que, em termos de saúde pública, das drogas, a de maior impacto social - negativo, é claro - é o álcool.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus), através do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), faz um alerta para esta necessária e urgente reflexão. Para tanto, mantém, no bairro Jardim São Luís, este Centro (Caps AD), que funciona das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, tendo, diariamente, um profissional técnico de plantão para acolhimento dos usuários. Nesses serviços são desenvolvidas atividades como atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação), atendimento em grupo, oficina terapêutica e visita domiciliar. Além disso, oferece condições para a desintoxicação ambulatorial de pacientes que necessitem desse tipo de cuidados e que não demandem por atenção clínica hospitalar.
Segundo a coordenadora do Caps AD de Imperatriz, Patrícia Queiroz, o álcool está em primeiro lugar como a substância química de maior uso, entretanto “às vezes o álcool nem parece droga psicoativa, que causa dependência. Nos outdoors nas ruas e na mídia, ele é apresentado por ídolos da música e mesmo atletas populares, como se fosse permitido para todas as faixas etárias, criando alegres ilusões. Tartarugas que ficam rápidas e até viram craques de futebol, mulheres que se transformam em cervejas, cervejas que refrescam até o pensamento”.

Atendimento em Imperatriz
Mensalmente, passam pelo Caps AD de Imperatriz cerca de 180 pacientes, havendo uma variação da ordem de 20%. Há 89 pacientes que estão em tratamento fixo no local. Uma equipe de multiprofissionais atua no cuidado dos pacientes desde exames laboratoriais, passando por consultas psicológicas e psiquiátricas, atendimento de grupo, terapia ocupacional, oficina de artes, assistência social, farmácia, enfim, uma equipe completa para articular com esse paciente na sua melhoria como indivíduo, principalmente junto à sua família.
As consequências do uso do álcool são desastrosas. Basta um olhar mais apurado para vislumbrar prejuízos de toda ordem, em todas as classes sociais. Prejuízos que saltam aos olhos nos acidentes de trânsito, na perda de produtividade da classe trabalhadora, na diminuição da capacidade produtiva das empresas, na conta da saúde pública, na interação entre o binômio indivíduo/sociedade, na desagregação da família e ainda em outros acontecimentos trágicos originados do estado de embriaguez. (Comunicação)