Segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus), o número de casos de dengue em Imperatriz caiu consideravelmente, chegando a um patamar superior a 85%. Em janeiro de 2011, foram 66 casos de dengue; em fevereiro, 181 casos, em março, 338 casos e em maio, 126 casos. Em 2012 janeiro houve 31 casos, em fevereiro 50 casos, março 60 casos e em maio apenas 5 casos. O número total de casos em 2011 foi de 711. Já em 2012, o total de casos foi de 179. Em 2011 apenas um óbito. Em 2012 não houve mortes.
A coordenadora de Vigilância em Saúde, Widerlannya Aguiar Costa, informou que o trabalho tem se intensificado com os resultados visíveis. Para facilitar o trabalho dos agentes, a Vigilância e a Secretaria de Saúde operam em uma tendência consistente e sustentada na redução dos casos.
A dengue é caracterizada por febres altas, calafrios e dores de cabeça. Se não tratada, pode gerar complicações graves. Ao redor do mundo são registrados cerca de 250 milhões de novos casos e perto de um milhão de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A maior incidência é na África, onde é causa de uma entre cinco mortes infantis. No Brasil, a maior incidência está na região amazônica, mas atualmente a mortalidade é baixa.
 

Trabalho eficienteem Imperatriz


O que contribuiu para o sucesso do trabalho preventivo em Imperatriz foi a antecipação das ações e uma grande cooperação da Prefeitura. A redução no número municipal de registros, casos graves e mortes em decorrência de dengue mostra acertos na política de combate à doença feita pela Secretaria Municipal de Saúde. O conceito de enfrentar a dengue matando mosquito é apenas um complemento, o combate correto é na fase larval. Hoje, enfrenta-se a dengue com ações de cuidado à saúde, identificação de casos graves, redução de tempo de espera para diagnóstico e tratamento.
Segundo José Ribamar Silva Costa, “a importância do combate ao mosquito é na fase aquática, ou seja, na fase reprodutiva, porque depois que o mosquito voa, fica muito mais difícil combatê-lo. O carro fumacê não é recomendado, até porque ele só atinge o mosquito adulto, prejudicando também o meio ambiente. É importante que a população faça o dever de casa, evitando qualquer depósito que acumule água no seu quintal”.
O período entre janeiro e abril é o de maior incidência de dengue no país, por causa das condições climáticas. No segundo semestre, a prioridade da Secretaria Municipal de Saúde são ações de mobilização e prevenção.

Bares são os maiores depósitos de larvas

Um dado no mínimo curioso foi revelado pela coordenadora da Vigilância em Saúde de Imperatriz, Wyderlannya Aguiar, em Fórum de saúde realizado recentemente: atualmente, os bares são os maiores depósitos de larvas do mosquito da dengue.
Estima-se que Imperatriz tenha mais de 30 mil bares e estabelecimentos semelhantes. Segundo Wyderlannya, é importante ter atenção a todos os detalhes. “É interessante observar que um simples gesto de abrir uma garrafa de cerveja ou refrigerante pode desencadear um processo multiplicador da dengue. Se a tampa cai com a boca virada para cima em período de chuva, como o que tivermos recentemente, o quadro torna-se preocupante”, alerta.
A coordenadora afirma que o trabalho em Imperatriz é feito de forma preventiva, mas alerta a população sobre a importância da participação de todos. “Cada um deve fazer a sua parte e ser parceiro da Secretaria [Municipal] de Saúde [Semus], principalmente no sentido de não deixar água parada. Só assim vamos vencer esta enfermidade”, afirma Wyderlannya.
O mosquito transmissor só se reproduz em água parada. Para Widerlannya, é inadmissível perder um paciente para a dengue. “Nós fizemos uma parceria com o 50º BIS; temos 206 agentes de endemia, que são aqueles que vão a todas as residências para fazer o controle. Às vezes as pessoas falam: ‘O agente passa aqui na minha casa uma vez na vida e outra na morte’, mas é preciso entender que a responsabilidade não é apenas do agente, mas de cada um, inclusive do morador”, salienta a coordenadora. Quem determina a quantidade de vezes que um agente vai passar nas residências não é a Semus, mas o Ministério da Saúde. São seis ciclos ao ano. As campanhas esclarecedoras, no entanto, são diárias.
A última campanha movida pela Secretaria Municipal de Saúde foi com crianças e adolescentes nas escolas públicas. Foi apresentado um jogo de sete erros a eles e assim foi concretizada mais uma parceria para combater a dengue. (Comunicação)