Hemerson Pinto
A chuva que caiu entre o final da tarde e início da noite de sexta-feira deixou rastros que foram notados após a água deixar de cair sobre a cidade e logo ao amanhecer do sábado, sem falar dos transtornos enfrentados por quem procurava retornar para casa ou seguir para o trabalho entre as 18h e 19h.
“Muita chuva, muita água empossada. Um alagamento grande na Luís Domingues, entre Pará e Amazonas, ao lado do Socorrinho. Ali é comum durante chuvas fortes. Eu fiquei ilhada aguardando meu irmão me buscar no serviço. Eu consegui atravessar do hospital para o posto de combustível e ele teve que esperar a água diminuir porque até para voltar por outro local estava difícil. Muita água no centro da cidade”, comentou a vendedora Patrícia Lima.
No Parque do Buriti os moradores resolveram fazer fotos das ruas alagadas e enviar para os grupos de notícias num dos aplicativos de mensagens instantâneas. Ruas inteiras cobertas pela água que, para completar o sofrimento da população, entrou nas residências.
Na Avenida Itaipu, principal acesso ao Parque Ayrton Senna e Vila Fiquene, a chuva forte apenas piorou a situação da via, aumentando o número de buracos e comprometendo a passagem de veículos por conta do alagamento. No dia seguinte, várias placas de veículos foram encontradas pelas ruas. Elas foram arrancadas quando os condutores insistiram em passar com o nível da água praticamente ultrapassando os pneus do veículo.
No bairro Nova Imperatriz, os moradores da Rua Manaus enfrentaram sérios transtornos. O alagamento de duas quadras no trecho entre a Rua São Paulo e a Avenida Bernardo Sayão existe há muitos anos em todos os invernos. Tampas de poços de visita (bocas de lobo) foram arrancadas e os moradores improvisaram sinalizações para evitar acidentes. A água entrou em algumas residências.
Ali perto, na Avenida Bernardo Sayão e na Rua Fortunato Bandeira, o tráfego também ficou comprometido nos cruzamentos das duas vias com a Rua Manaus. “O sistema de escoamento, ou seja, as galerias, não dão conta de tirar a água da rua. Acho que galerias estão entupidas com lixo e areia. Quando o volume de água é grande, fica alagado mesmo, isso há muito tempo”, afirma o morador que se identificou como Raimundo.
Nos bairros, nas ruas da área central, muito lixo foi arrastado pela água. Motoristas que insistiram em passar com o carro em ruas praticamente intrafegáveis sofreram prejuízos. Alguns ficaram com o veículo preso em valas que ficaram escondidas sob água e precisaram ser puxados por outros ou com auxílio de guinchos. Alguns motociclistas viram a água entrar pelo cano da descarga.
Árvores caídas também chamaram atenção logo no início da manhã de sábado, como uma na Rua Simplício Moreira, ao lado da agência do INSS, em frente à Funai. A árvore foi arrancada pelo tronco e caiu sobre parte da rua que passa na lateral.
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