Parte da carga de medicamentos recuperada pela PM

Hemerson Pinto

Um grande centro comercial, a segunda maior cidade do Maranhão, e uma rodovia federal que transporta o progresso para todo o país. No perímetro urbano da BR-010, cerca de 12 mil veículos circulam diariamente, 80% são caminhões.
A combinação de uma das rodovias mais importantes do Brasil com o grande movimento de caminhões que transportam mercadorias é o cenário perfeito para quadrilhas especializadas em roubos de cargas e que também aproveitam para agir na região Tocantina.
Nos últimos 15 dias, cinco assaltos foram registrados no trecho entre Imperatriz e Açailândia. Produtos preferidos pelos bandidos: cargas de medicamentos, cosméticos, cigarros, alimentos e eletroeletrônicos.
Com 25 anos de estrada, Délcio Komzen estava em posto de combustível em  Imperatriz se preparando para seguir viagem. Ele iria transportar entre os dois municípios, para uma rede de supermercados. Experiente, o caminhoneiro tem algumas recomendações.
“Escolher os melhores horários para andar em determinadas rodovias. Rodar à noite, por exemplo, pode ser muito perigoso. É melhor evitar. Perder um pouco de tempo pode ser melhor do que apressar para chegar e cair nas mãos dos assaltantes”, orienta.
Mas quem já foi assaltado prefere contar com a sorte para as próximas viagens. “Já fui assaltado uma vez e não acredito em horário seguro para pegar a estrada e nem em local seguro para ficar. Se você para no posto pra dormir, isso em qualquer lugar do país, é possível vir alguém e apontar uma arma para sua cabeça, forçando você a abrir a porta da cabine. Levam dinheiro, e se a carga for a que eles procuram, levam carga, caminhão e até o caminhoneiro”, declara Denis Rufino, 34 anos de profissão.
O problema segue Brasil a fora. Dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística afirmam que nas rodovias do país acontecem em média 35 assaltos por dia. O prejuízo chega a R$ 880 milhões aos transportadores.
A maioria dos assaltos é registrada no sudeste, com 79,94% dos casos. A região Sul vem logo em seguida, com 8,63%. O Nordeste aparece em terceiro com 7,21%, depois o Centro Oeste com 2,19%. O Norte do país tem 2,03% dos casos de roubos a carga.
Entre os produtos mais visados pelos assaltantes estão  eletroeletrônicos e componentes de informática. Cigarros, alimentos e produtos farmacêuticos também estão na lista.    

Veja algumas orientações para diminuir os riscos de assaltos a cargas:

- Garantir segurança no transporte em movimento
- Não transportar à noite
- Não oferecer carona
- Cuidado com o vazamento de informações sobre o transporte de sua empresa pela internet
Dos últimos assaltos a cargas em Imperatriz, duas foram recuperadas pela Polícia Militar na noite da última segunda-feira no povoado Lagoa Verde. Os produtos estavam avaliados em R$ 60 mil e pertenciam a uma farmácia da cidade. Um homem foi preso. A Polícia Civil vai continuar as investigações.