Inaugurado em junho de 2011, o Terminal Rodoviário Jackson Lago está sofrendo com a pouca movimentação de passageiros. A rodoviária foi projetada para atender diariamente a três mil passageiros, porém está operando com metade da sua capacidade, uma média de mil e quinhentos. Esse número só é ultrapassado em tempos de alta temporada, como férias e feriados prolongados, quando o volume de passageiros chega a quatro mil por dia.
Com a desativação do antigo terminal, fica o questionamento: para onde estão indo os passageiros da rodoviária? Segundo informações da administração e dos taxistas que trabalham na rodoviária, essa fuga dos passageiros se deve ao fato de algumas empresas embarcarem e desembarcarem passageiros nos chamados “pontos alternativos” localizados ao longo da BR-010.
Taxista há mais de 10 anos, José Alves Freitas comenta as consequências disso para quem trabalha na rodoviária. “Isso está prejudicando não só o nosso trabalho, mas também dos lojistas da rodoviária. Todos estão sendo atingidos. Outra coisa: falta a organização dos ônibus que param na estrada como se fossem circular, parando praticamente de 100 em 100 metros para desembarcar passageiros.”
Uma das justificativas para esse problema é a localização do terminal, que agora estaria longe do centro da cidade. Porém, o gerente da rodoviária, Allyson Batista Costa, explica que “o terminal foi projetado distante do Centro da cidade justamente para desobstruir o tráfego naquela região. O correto seria, para poder conseguir trazer essa demanda para o terminal, fechar esses pontos. E com isso resolver o problema de todos”.
O ponto com a maior atração de passageiros é a agência da VBL, situada na esquina da rua Maranhão com a Monte Castelo, no setor Mercadinho. O local é um ponto de embarque e desembarque de passageiros e carga. A empresa opera com linhas intermunicipais que atendem aos municípios de Amarante, Buritirana, João Lisboa, Montes Altos, Senador La Rocque e Sítio Novo.
A localização privilegiada atrai os passageiros, como a estudante universitária Morgana Barros, que utiliza o transporte frequentemente. “Como sou natural de Montes Altos, vou sempre visitar a minha família”, justifica. Outra motivação é o preço na passagem. Quem vai para o município de Montes Altos, por exemplo, paga oito reais pela passagem se sair da agência e nove reais se sair do terminal.
A responsabilidade pela regulação e fiscalização do transporte público remunerado de passageiros é dividida entre os governos federal, estadual e municipal. No caso dessa reportagem, o foco são as linhas interestaduais e intermunicipais, pois são as que utilizam a rodoviária. Estas são responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão federal, e da Secretaria de Infraestrutura do Estado do Maranhão (Sinfra).
O coordenador de Fiscalização da Unidade Regional do Maranhão da ANTT, Cléopas Cunha, afirma que apenas pontos autorizados pela agência devem ser utilizados pelas empresas. “As empresas só devem efetuar o embarque e desembarque de passageiros nos pontos aprovados pela ANTT e indicados no Esquema Operacional aprovado para cada linha. E esses pontos aprovados são os terminais rodoviários oficiais - homologados pelo poder público - de cada município”.
Da mesma forma, a legislação estadual determina que as empresas de ônibus utilizem os terminais rodoviários para embarque e desembarque de passageiros. O representante da Sinfra em Imperatriz, Raimundo Ubirajara, eximiu-se da responsabilidade. “O certo seria fiscalizar, atuar e aplicar penalidade, mas no momento, em função de não se ter regulamento, fica difícil de trabalhar. Mas tudo isso é de conhecimento da secretaria”, reconhece Ubirajara.
Sobre o ponto da VBL, que fica dentro do perímetro urbano de Imperatriz, o secretário municipal de Trânsito, José de Ribamar Alves, explicou que o ponto possui autorização para funcionamento por atender apenas aos moradores de municípios vizinhos a Imperatriz, não interferindo no fluxo na rodoviária. “Não tem como a gente proibir que o ônibus pare e deixe o passageiro na área urbana da cidade. Então, eu não vejo um prejuízo quanto a esse ponto de vista. Para a rodoviária, permanece a mesma coisa”, argumenta. (Assessoria)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14395
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