Oito segundos. Este é o tempo que separa o cowboy da vitória, tendo ainda que enfrentar aos ferozes touros que chegam a pesar uma tonelada. A Companhia Ítalo Todde trouxe seus peões para se apresentarem na terça-feira (10) na arena montada no Parque de Exposições Lourenço Vieira da Silva, como parte da programação da 45ª Exposição Agropecuária de Imperatriz (Expoimp).
O público compareceu em peso. Segundo informações da produção, cerca de 10 mil pessoas estiveram no local. Ao todo, 20 cowboys se apresentaram, embalados por músicas dançantes e agitadas. Mas, antes que os adultos participassem, as crianças entraram na arena montadas em ovelhas, ritual presente nos grandes rodeios do Brasil, revelando a profissão que passa de pai para filho.
Raimundo Gomes é cowboy, tem 40 anos e monta em rodeios desde os 13. Já ganhou prêmios em dinheiro, motos e só com a companhia de Italo Todde já foi seis vezes campeão. Quanto à disputa, ele explica a competitividade acirrada: “Rapaz, hoje os cowboys estão todos iguais, todos em um nível só. A gente só cai mesmo porque a boiada é dura”, diz.
Os riscos de participar de um rodeio são grandes e Raimundo traz no corpo as marcas do último em que participou. Sua orelha está com a cartilagem lesionada e usa um esparadrapo para disfarçar o machucado. “Um boi machucou. Ele me pisou”, explica, sorrindo.
Os peões viajam sempre junto com a Cia para disputar o prêmio, ganhando em troca alimentação e hospedagem. Alguns dos cowboys trabalham de carteira assinada e estes recebem salário para montar. É quando Raimundo revela: “Pra que eu vou trabalhar pra ganhar um salário mínimo em um mês se eu posso ganhar isso em quatro dias de rodeio?”.
A cada rodada os peões fazem dois sorteios: um para decidir a ordem de apresentação e outro com o nome do boi. Esse processo feito em cada etapa, sendo proibido montar o mesmo boi duas vezes. Ontem, após o sorteio, um dos peões se destaca pelo ar preocupado e pelo sinal da cruz que fazia no corpo repetidas vezes.
Ele é Anderson dos Santos, que, além de peão de rodeio, é representante comercial. Participa há três anos da competição, sendo vice-campeão e duas vezes terceiro lugar. Sobre a experiência de ser cowboy, ele diz ser uma boa aventura.
“É uma aventura, é uma paixão que já vem de berço, né? Porque meu pai era cowboy também e desde pequeno eu tive essa vontade, mas só tive como executar depois dos 18 anos. Pra mim é boa parte da minha vida”, diz Anderson.
Três peões conseguiram atingir o tempo de oito segundos. Muitos ficaram pelo chão antes desse tempo, sendo aplaudidos pela plateia como consolo. A disputa continua. (Assessoria de Comunicação)