Hemerson Pinto
“Voltei. Fiquei oito dias fora, mas agora voltei e já coloquei a mercadoria toda nas prateleiras”, disse o comerciante João Cavalcante. A água do rio Tocantins estava a aproximadamente 10 metros de distância do comércio de seu João na manhã de ontem. Até o último sábado, a realidade era outra. O nível do rio ainda não havia baixado e o ponto de trabalho do vendedor poderia ser inundado a qualquer momento.
Na última semana, O PROGRESSO acompanhou o sobe e desce do rio Tocantins, que chegou a apresentar volume de água de 6 metros e meio acima do nível normal, com velocidade da correnteza entre 18km por hora e 20km por hora. A balsa passou a atracar ao lado do ponto de táxi da Rua Luís Domingues e a barraca onde passageiros aguardam as embarcações para a travessia estava completamente inundada.
A Defesa Civil havia orientado aos moradores e comerciantes próximos ao local a colocarem móveis e outros pertences em locais mais seguros, pois a qualquer instante poderia haver necessidade de retirada dos moradores da zona ribeirinha, composta pelos bairros Leandra, Caema, Beira-Rio, Areial e Curtume. A vazão da hidrelétrica de Estreito alcançou 10.200m³ de água por segundo.
Na segunda-feira, 30 de dezembro, a realidade era outra. João Cavalcante reabriu o comércio quando viu a balsa atracando cerca de cinco metros abaixo e o abrigo para passageiros descoberto e movimentado. “Tenho 32 anos que vivo por aqui com meu comércio. Pelo que estou vendo, acredito que o rio vai ficar por aí mesmo, não vai subir mais. Esse é meu conhecimento, mas temos que entender que existe o conhecimento de Deus. Então, não podemos ter certeza que o rio não vai subir”, alerta.
De acordo com informações da Defesa Civil, até o início da tarde de ontem a vazão da Usina Hidrelétrica de Estreito, que influi diretamente no nível do rio Tocantins na região, estava em 8.135m³ de água por segundo. O nível da água baixou 1 metro e 30 centímetros e se mantinha a 5.20m acima do normal.
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