Balsa atraca ao lado do ponto de táxi
Área próxima às peixarias

Hemerson Pinto

Até o início da manhã de ontem, o nível do rio Tocantins estava a seis metros e meio acima do normal, com a vazão da Usina Hidrelétrica de Estreito em 10.200m³ de água por segundo, e velocidade da água entre 18km/h e 20km/h. Na noite de 25 de dezembro, os números eram os mesmos, segundo a Defesa Civil do Município de Imperatriz.
Pouco mais tarde, próximo às 10h, da última quinta-feira, o setor técnico da hidrelétrica havia informado que iria reduzir 900m³ por segundo. A vazão ficaria mais leve, o que para a Defesa Civil ainda não significava motivo para tranquilidade.
“Não é um alívio para a gente, não é uma situação da gente despreocupar. A orientação para os ribeirinhos é a mesma, para que continuem colocando seus pertences em local seguro para evitar surpresa, até que a gente sinta-se seguro ou livre dessa ameaça”, diz o superintendente da Defesa Civil de Imperatriz, Francisco das Chagas.
O chefe da Defesa Civil explica que fatores como as chuvas que caem entre o município de Porto Franco e Imperatriz contribuem para o aumento do volume de água no rio, que corta várias cidades antes de desaguar no rio Araguaia, no estado do Pará. Ao mesmo tempo, se chover forte nas cabeceiras dos riachos que levam água para o rio Tocantins, o nível vai aumentar.
No início desta semana, quando o rio atingiu seis metros acima do nível normal, três casas no bairro Curtume foram desocupadas pelos moradores, que buscaram abrigo em residências de familiares.
Segundo a Defesa Civil, o Município tem estrutura para acomodar as famílias que poderão ser atingidas em uma possível enchente. O Parque de Exposições Lourenço Vieira da Silva já foi solicitado e uma lista com os contatos de vários donos de caminhões encontra-se à disposição do órgão, caso tenha necessidade da remoção de famílias.
Como informado por O PROGRESSO, o recadastramento das 448 famílias ribeirinhas, em cinco bairros às margens do rio Tocantins, começa no próximo dia 02. Técnicos da Defesa Civil fazem diariamente o trabalho de acompanhamento do sobe e desce do nível do rio, até as 23h30. Contatos por telefone com a hidrelétrica de Estreito são feitos a cada 20 minutos.
Às 16h05 de ontem, Francisco das Chagas informou que, de acordo com um telefonema da Hidrelétrica de Estreito, a vazão estava em 9.400m³ por segundo, e o nível do rio em seis metros e 20 centímetros. “Acredito que vai ficar nessa variação, se movimentando sempre acima dos cinco metros do nível normal”, alerta o superintendente da Defesa Civil.
Morador da Rua Nova, bairro Beira-Rio, o pastor evangélico Francisco disse que os moradores estão preocupados com a situação. “A todo momento tem alguém vindo até às margens para olhar como estar o rio. Quando volta pra casa fala para os vizinhos. Não gostaríamos que aconteça o que aconteceu no começo do ano passado, quando o enchente pegou de surpresa”, diz.