Não foi em outros anos, e até em outras décadas, quando o Rio Tocantins aumentava o nível no período chuvoso e causava grande alvoroço por parte das famílias que habitavam a área ribeirinha. Um dos períodos – antes da construção de barragens ao longo do rio – mais propícios a enchentes era o mês de março e principalmente em dias próximos à data 19, quando católicos, ou mesmo pescadores e navegantes que não têm religião, mas acreditam na tradição, homenageiam São José.
Na última sexta-feira, 20 de março, um dia depois do ‘Dia de São José’, uma chuva duradoura caiu sobre a região. Em cidades vizinhas provocou alguns estragos, como alagamentos e até a derrubada de muros, como aconteceu em João Lisboa. Em Imperatriz todos os riachos transbordaram, ruas ficaram alagadas e o Rio Tocantins ganhou volume, devido ao aumento da vazão da Hidrelétrica de Estreito, que chegou a 4 ,032 m³ de água por segundo. O nível do rio foi levado a mais de dois metros.
Comerciantes e moradores ainda sentiram a aproximação da água, que na verdade não ofereceu perigo, mas deixou em alerta. “Se ele veio até ali, poderia ter chegado aqui nas residências se tivesse chovido mais aí pra cima”, comentou o comerciantes que se identificou como João. Habitante antigo das margens do Rio Tocantins, conhece bem todos os seus ‘vai e vem’ e arrisca: “Agora não vai ter perigo. Arriscado era na cheia de São José, subiu pouco, está acabando o mês de março e quando chegar abril vai chover pouco”, disse, confiante. Até o guichê da venda de passagens da Pipes foi retirado do lugar. (Hemerson Pinto)
Comentários