Riacho Capivara a poucos metros da Avenida JK

“Se continuar chovendo, nós vamos enfrentar água dentro de casa, como já aconteceu várias vezes. Tudo bem, fizemos nossas casas muito perto, mas toda vez que a água aumenta a gente fica preocupado e esperando acontecer o pior a qualquer hora. Quando o período chuvoso começou praticamente sem chuva, ainda ficamos tranquilos, mas logo que a água começou a cair pra valer e o rio Tocantins começou a invadir o Porto do Balsa, ficamos em alerta”, diz o aposentado Antônio Moreira, nas proximidades da Avenida JK.
Ele está certo. A cada metro que a água do rio Tocantins avança na direção das margens, os riachos recebem mais volume. Represada, a água acaba ficando mais próxima das margens dos riachos e somado às chuvas que caem nas regiões das nascentes destes riachos, aumenta a possibilidade de transbordar.
“Água fica represada e não tem para onde ir. Aí sai do leito e vem para nossas casas, ruas, é o maior perigo. A sujeira que existe dentro dos riachos contribui bastante para isso. É o lixo, entulho, até móveis velhos jogados pelos próprios moradores que habitam as margens”, reconhece um dos moradores da Avenida JK.
O Riacho Capivara, depois de deixar a área da Vila Lobão e adjacências, passa sob a BR-010, passa na área do 50º Batalhão de Infantaria de Selva e logo corta as vilas Cinco Irmãos e JK, cruzando a Avenida JK e entrando no bairro Santa Rita. O riacho segue ao lado da avenida e teve as margens ocupadas ao longo dos anos por imóveis residenciais e comerciais. O leito ficou mais estreito e as enchentes passaram a ser mais frequentes.
“A gente pode ver que a água está quase tocando nas pontes. A água está alta e corrente. Isso quer dizer que vem descendo volume de água de longe. O rio continua subindo e esse volume de água aqui do Capivara não tem força para entrar no rio Tocantins. Então, vai ser devolvido e sobrar para as laterais”, explica o comerciante Rogério Araújo, ao comentar com nossa equipe na Avenida JK.
O Riacho Bacuri também ganhou volume maior de água nos últimos dias em alguns trechos e ficou a poucos metros de atingir as residências que foram construídas mais perto das margens. Os moradores de bairros como o Bacuri, Vila Nova e outros cortados por ele também estão atentos, assim como quem mora próximo ao Riacho Cacau.
Já o Riacho Santa Teresa, principalmente no trecho que corta os bairros Maranhão Novo, Juçara e Nova Imperatriz, o volume de água não subiu. Os moradores acreditam que a construção de prédios sobre o riacho desviou o curso da água, que em alguns lugares nem é mais vista.
“Tem prédio aqui no Maranhão Novo que para ser erguido aterram todo o leito do riacho Santa Teresa. Um crime que as autoridades souberam e não fizeram nada. Tem lugar que a água parou, virou lodo e secou”, comenta Raimundo Silva. (Hemerson Pinto)