Raimundo Primeiro

Lembro-me perfeitamente, como se fosse hoje, do Elias, o nosso "Elias do Boi". Com ele, a garotada, percorrendo ruas centrais de Imperatriz. A imagem permanece forte. O Elias passando, principalmente pela avenida Getúlio Vargas, no mês de junho, todos os anos, durante o período das festas juninas.
Lá estava eu, ainda criança também. Faz um tempão, mas 
nunca esqueci. Ele, todo caracterizado, dançando e cantarolando as músicas referentes ao bumba-meu-boi, dança típica do nosso folclore.
Fiquei meio que desconcertado quando recebi mensagem, por meio do celular, do colega Coló Filho, editor-chefe de O PROGRESSO, diário de Imperatriz, pedindo-me que fizesse o registro sobre a morte do "Elias do Boi", ou seja, deixasse narrado o acontecimento. A comunidade tinha de ficar sabendo sobre a ida de um dos nossos mais verdadeiros folcloristas, sobretudo em relação ao bumba-meu-boi.
Elias, o "Elias do Boi", acredite, você cumpriu com a missão de bem difundir, apesar das adversidades, a nossa verdadeira arte popular. Não pude, infelizmente, fazer a reportagem, pois estava com agenda de trabalho lotada. Ou seja, em plena atividade. Cumprindo compromissos assumidos há dias.
Elias, "Elias do Boi". Mas, principalmente, Elias humano. Pessoa gentil e simples. No Calçadão da nossa Imperatriz, conversava com pedestres, pessoas daqui e de lá. De todos os cantos. Aproveito para parafrasear o folclorista Câmara Cascudo, ao ressaltar que "a recompensa do trabalho é a alegria de realizá-lo. Quando termino um trabalho, estou pago".
Elias terminou, aqui na terra, notadamente em Imperatriz, o seu trabalho. Continue-o aí em cima, animando, com o seu jeito peculiar de ser.
Vá em paz, Elias! 
O nosso "Elias do Boi". Descanse na paz do Senhor!