De acordo com relatório de frota do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) divulgado recentemente, o Maranhão é o estado brasileiro que possui o maior percentual proporcional de motos em circulação em relação a proporção do país. Um dado que precisa ser pensando por toda a sociedade e principalmente pelos condutores de motos que comemoraram nessa sexta-feira (27) o Dia do Motociclista.
A proporção nacional de motos para a frota de veículos é 22,25%. No Maranhão essa proporção chega a 49,57% do total da frota de veículos. Portanto, o Maranhão tem o maior percentual de motos proporcional ao número de veículos do país.
Segundo os dados do Denatran referentes ao mês de maio deste ano, a quantidade de motos no Maranhão representa praticamente a metade da frota de veículos de todo o Estado. A frota total de veículos no estado chega a mais de 1 milhão de veículos entre automóveis, caminhões, caminhonetes, ônibus, micro-ônibus, destes são 504.335 motos contra 293.175 automóveis em circulação. Ou seja, para cada 10 veículos nas ruas no Estado, existem 5 motos em circulação.
O Maranhão tem ainda a maior proporção de motos em relação ao total de veículos comparando-se com a região Nordeste. Esse percentual é 1.37% maior que no Piauí e quase 6.22% maior que a proporção do Ceará, estados onde a população de motos também é maior que a de carros.
Ainda de acordo com os dados do Denatran, o Maranhão foi o Estado que mais cresceu a frota de motos (63,9%) proporcionalmente de 2009 a maio de 2012, em comparação com os Estados do Nordeste e em comparação com a frota nacional (motos 30,3%).
Imperatriz tem a maior frota de motocicletas do interior do Maranhão. São 40 mil em circulação e 27 mil carros. Caxias possui 22 mil motos, Timon 17 mil; em Balsas, 16 mil; Bacabal, 15 mil e em Codó, 13 mil, seguem essa lista das maiores frotas de motos do Maranhão.
Frota e acidentes
Dados de junho deste ano do Ministério da Saúde revelam um crescimento no número de internações provocadas por acidentes envolvendo motociclistas no Maranhão. Entre 2008 e 2011, este número passou de 577 para 1193 por ano. E o custo destas internações pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também aumentou de R$ 500 mil para R$ 650 mil. A quantidade de mortes também subiu 30%.
Em São Luís, nos últimos três meses, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) realizou 691 atendimentos a motociclistas, que representa uma média de oito acidentes por dias apenas nas avenidas da capital maranhense.
De acordo com levantamentos do final de 2011 da Secretaria de Estado da Saúde, as vítimas de acidentes com moto ocupam 63% dos leitos de UTI e representam 42% de todos os casos de paralisia. Os dados, que colocam os acidentes com motos como um grave problema de saúde pública, são do Sistema de Informação em Saúde (SIS), do Ministério da Saúde.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um paciente vítima de acidente de moto custa, em média, R$ 152 mil aos cofres públicos, só na rede hospitalar. Já o custo social de cada um desses pacientes é de, em média, R$ 952 mil aos cofres públicos, o que envolve atendimento pré-hospitalar, hospital, licença, aposentadoria, entre outros.
Segundo pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), uma diária em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode chegar facilmente a R$ 2 mil, somente com uso de medicamentos. Segundo o estudo, o custo de antibióticos para tratar infecções ósseas, principalmente em casos de fraturas expostas, pode chegar a R$ 500,00 a dose. Aplicados de seis em seis horas, como é previsto, seu custo diário chegaria a R$ 2 mil.
“É importante que os motociclistas reduzam o máximo a velocidade e façam uso dos equipamentos de segurança adequados, como o capacete, principalmente no interior do Estado, para que possamos evitar as mortes e os ferimentos que muitas vezes vitimam garotos e garotas de 18 a 25 anos que ainda tinham toda uma vida pela frente!”, ressaltou o diretor geral do Detran-MA, Flávio Trindade Jerônimo. (Leonardo Sampaio)
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